
Carlos Ghosn de sua residência no Líbano (NHK)
Após 5 anos da fuga cinematográfica e impensável, o ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, 70 anos, deu uma coletiva de imprensa online para a Associação de Correspondentes Estrangeiros do Japão, na segunda-feira (23).
Carlos Ghosn reside no Líbano e disse que fugiu do Japão no ano seguinte à sua prisão, em dezembro de 2018, como suspeito de fraude financeira, quando estava sob fiança, por que não receberia um julgamento justo pela Justiça japonesa.
O ponto alto da coletiva de imprensa foi a negociação entre a Honda e Nissan Motor, dizendo que a montadora na qual serviu por 2 décadas está em “modo pânico”, se preparando para a fusão com a sua rival. Demonstrou uma visão negativa opinando que “ambas as empresas têm muitas sobreposições e mesmo que a integração empresarial seja concretizada, não creio que terá sucesso”.
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“Francamente, eu me pergunto como isso vai acabar”, disse. Opinou que “não sei há talentos… para enfrentar os desafios que a montadora Nissan amarga”.
A endividada Nissan anunciou no mês passado milhares de cortes de empregos e relatou uma queda de 93% no lucro líquido do primeiro semestre.
Alegando inocência, disse que a Nissan foi “condenada ao ostracismo por suas próprias fraquezas e erros”.
“A Honda é muito mais forte que a Nissan, mas ainda está em desenvolvimento nesta indústria”, acrescentou.
A fabricante taiwanesa de eletrônicos Foxconn também teria abordado a Nissan, sem sucesso, para adquirir uma participação majoritária.
O ex-presidente Ghosn também disse: “As empresas que abordam minuciosamente os veículos elétricos (VEs) são as vencedoras, e essas são a Tesla dos Estados Unidos e as empresas chinesas. Tanto a Honda como a Nissan lutarão pela sobrevivência, mas estarão numa situação difícil”. Indicou que o reconhecimento de que a forte concorrência com montadoras de VEs e outras será um problema.
Comentários dos internautas sobre Carlos Ghosn

Local da coletiva de imprensa (NHK)
Um dos espectadores comentou: “Chegou o momento em que a aplicação da justiça de reféns a CEOs estrangeiros é considerada um dos maiores fracassos da política industrial do Japão”.
“Acho que terão que pedir para o sr. Ghosn. Por favor, salve a Nissan haha”, escreveu outro.
“Seria mais conveniente para os executivos da Nissan e para o Japão torná-lo o vilão”, escreveu outro.
Embora houvesse comentários enaltecendo o trabalho que Carlos Ghosn fez na montadora Nissan, muitos criticaram o fato de ter fugido, pedindo para “devolver o dinheiro” ou algo parecido.
Caso queira assistir à coletiva de imprensa (em inglês), ainda está no YouTube.
Fontes: Arab News e NHK







