
Vilarejo destruído perto da costa de Sumatra, na Indonésia, em 2004 (Wikimedia Commons/U.S Navy)
Cerimônias foram realizadas em vários países na Ásia para homenagear as mais de 220 mil pessoas que morreram há duas décadas no tsunami do Oceano Índico, o mais mortal na história.
Em 26 de dezembro de 2004, um terremoto de magnitude 9,1 abalou a ilha de Sumatra, na Indonésia, desencadeando ondas gigantescas que devastaram comunidades costeiras por todo o Oceano Índico.
As ondas, que chegaram a 30m de altura, mataram 227.899 pessoas em 15 países.
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Só na Indonésia, mais de 160 mil pessoas morreram
Na província de Achém, na Indonésia, a área mais afetada, uma sirene tocou por 3 minutos na grande mesquita de Baiturrahman na manhã de quinta-feira, após a qual orações islâmicas foram feitas. Família visitaram os túmulos em massa por toda Banda Achém, a capital provincial.
O tsunami matou mais de 160 mil pessoas só na Indonésia. A escala do desastre significou que muitas famílias nunca puderam identificar os restos mortais de seus entes queridos.
No Sri Lanka, onde mais de 35.322 pessoas morreram, cerimônias budistas, hinduístas, cristãs e muçulmanas foram realizadas por todo o país, e 2 minutos de silêncio foram observados.
Sobreviventes e parentes também se reuniram para homenagear as vítimas do desastre do Ocean Queen Express, quando um trem foi arrastado e destruído pelas ondas. Cerca de mil passageiros morreram a bordo.
Na Tailândia, cerimônias foram realizadas na costa de Andamã, divulgou o site Bangkok Post, incluindo no cemitério Mai Khao em Pukhet, onde 1 minuto de silêncio foi observado e flores foram colocadas.
Mais de 5 mil pessoas que morreram na Tailândia eram turistas estrangeiros
Metade das mais de 5 mil pessoas que morreram na Tailândia eram turistas estrangeiros, de acordo com números do governo.
De acordo com dados da Unesco, que inclui aqueles listados como mortos e desaparecidos, óbitos foram registrados em 15 países: Indonésia (167.540). Sri Lanka (35.322), Índia (16.269), Tailândia (8.212), Somália (289), Maldivas (108), Malásia (75), Myanmar (61), Iêmen (2), Bangladesh (2) e mesmo nas áreas distantes de Seichelles (2), Tanzânia (13) Quênia (1), Madagascar (1) e África do Sul (2).
Falta de sistema pré-aviso
Quando o tsunami ocorreu, não havia sistema de pré-aviso em vigor no Oceano Índico.
Sobreviventes descreveram como muitas pessoas não tinham ideia do que estava acontecendo, enquanto viam as águas avançarem nas praias e recuarem para o oceano – um sinal de alerta de tsunami.
Esforços também foram realizados por governos e órgãos internacionais, incluindo a Unesco, para melhorar os sistemas de pré-aviso.
Há agora 3 sistemas do tipo cobrindo o Oceano Índico, incluindo um em Jacarta, capital da Indonésia, 1 que abrange Melbourne e Canberra na Austrália e 1 em Hyderabad, na Índia.
Entretanto, fragilidades permanecem no sistema, incluindo falta de mecanismos de monitoramento para tsunamis desencadeados por fatores não sismológicos, como deslizamentos submarinos.
Especialistas dizem que há também uma necessidade de programas de educação sustentados em comunidades sob risco com a meta de se preparar para futuros desastres.
Fonte: The Guardian







