Uma cidade no pé do Monte Fuji perdeu dias de inverno equivalentes a mais de 1 mês por ano na última década devido ao aquecimento global, mostrou um estudo recente realizado por uma organização de pesquisa do clima com sede nos EUA.
A cidade de Fuji (Shizuoka) acrescentou 35 dias de inverno acima de 0ºC anualmente em média entre 2014 e 2023, o maior entre 901 cidades no hemisfério norte analisadas, de acordo com um relatório de dezembro da Climate Central.
As descobertas ocorrem enquanto o Monte Fuji recebeu sua primeira coroa de neve da temporada em 7 de novembro deste ano, a data mais tardia desde o início dos registros em 1894.
Mais da metade de 57 cidades japonesas analisadas viram mudança climática acrescentar pelo menos 2 semanas de dias de inverno acima de temperaturas congelantes a cada ano, incluindo Nagaoka (Niigata) e Quioto (província homônima), que viram um adicional de 23 e 21 dias, respectivamente.
Visto que invernos mais quentes podem levar à escassez de água devido à snowpack (neve que se acumula no solo) reduzida, assim como o aumento da população de pestes que carregam doenças como mosquitos e carrapatos, a organização enfatizou a importância de acabar com a dependência de combustíveis fósseis como petróleo e carvão o mais rápido possível.
O relatório, que comparou temperaturas observadas de dezembro a fevereiro nos últimos 10 anos com temperaturas projetadas sem mudança climática induzida por humanos, descobriu que cerca de 44% das 901 cidades analisadas perderam uma média de 1 semana ou mais de dias de inverno anualmente devido ao aquecimento global.
Mais de um terço dos 123 países e regiões cobertos perderam 1 semana ou mais, com 19 países, a maioria na Europa, vivenciando o acréscimo de 2 semanas de dias de inverno acima de temperaturas congelantes.
Fonte: Mainichi