O Japão está planejando usar IA (inteligência artificial) para policiar sites de pirataria de anime e mangá os quais figuras de destaque da cultura pop acusam de custar a elas bilhões de dólares em lucros perdidos todos os anos.
Há pelo menos mil sites oferecendo ilegalmente downloads gratuitos de conteúdo japonês, a maioria relacionado a mangás que é reconhecida mundialmente, afirmou um grupo de editoras domésticas no início deste ano.
Contudo, sob um esquema piloto de ¥300 milhões (US$2 milhões) proposto pela agência cultural do Japão, a IA vai passar o pente fino na web para sites que pirateiam livros de mangá e quadrinhos de anime, usando um sistema de imagem e detecção de texto.
“Detentores de direitos gastam muito em recursos humanos tentando detectar manualmente conteúdo online pirateado”, disse a representante da agência cultural Keiko Momii na terça-feira (4).
A iniciativa se destaca no pedido de orçamento suplementar da agência para este ano fiscal que acaba em março.
Ela é inspirada por um projeto similar na Coreia do Sul e se tiver êxito também poderia ser aplicada a outros filmes e músicas compartilhados ilegalmente.
O Japão, local de nascimento de histórias em quadrinhos e desenhos épicos como “Dragon Ball” e franquias de games do “Super Mario” ao “Final Fantasy”, vê as indústrias criativas como um condutor de crescimento a par com metais e semicondutores.
Em sua estratégia revisada “Cool Japan” divulgada em junho, o governo disse que visa aumentar as exportações desses patrimônios culturais para ¥20 trilhões até 2033.
Cerca de 70% de sites de pirataria que oferecem conteúdo japonês operam em idiomas estrangeiros incluindo inglês, chinês e vietnamita, dizem editoras japonesas.
Em 2022, os setores de jogos, anime e mangá japoneses arrecadaram ¥4,7 trilhões do exterior – perto de exportações de microchips a ¥5,7 trilhões, mostram dados do governo.
Fonte: Japan Today