Segundo uma publicação do The Guardian, mais de 600 brasileiros, incluindo 109 crianças, foram secretamente deportados do Reino Unido em 3 voos fretados.
Foram em 9 de agosto, com 205 pessoas, incluindo 43 crianças; em 23 de agosto com 206 pessoas, incluindo 30 crianças; e em 27 de setembro, com 218 pessoas, incluindo 36 crianças. Todas as crianças deportadas faziam parte de unidades familiares, e muitas delas teriam se estabelecido na escola e provavelmente teriam passado a maior parte, se não toda a vida, no Reino Unido.
Desde que o governo trabalhista chegou ao poder, foram os 3 maiores voos fretados de deportação, descobriu o Observer.
Os retornos foram classificados como voluntários e provavelmente incluiriam pessoas que haviam ultrapassado o prazo de permanência de seus vistos. O Ministério do Interior oferece incentivos para os retornados voluntários de até £ 3.000 (o equivalente a cerca de 22 mil reais), incluindo bebês e crianças. O incentivo é fornecido na forma de cartões pré-carregados que podem ser ativados assim que as pessoas pousarem em seu país de origem.
O governo está ansioso para alardear suas credenciais de deportação com números publicados na quinta-feira, 28 de novembro, revelando 8.308 retornos forçados (deportação) e voluntários entre julho e setembro de 2024, um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. A maioria (6.247) é de retornos voluntários, um aumento de 12%.
Não se sabe quantas pessoas nos três voos não quiseram retornar ao Brasil devido a medos sobre sua segurança, mas sentiram que não tinham escolha a não ser embarcar nos aviões.
Na matéria não há menção de quantos anos essas pessoas deportadas não poderão entrar no Reino Unido.
Incentivo para deportação no caso do Japão
Logo após a bancarrota dos Lehman Brothers, também chamada de Lehman Shock, em setembro de 2008, muitos estrangeiros, incluindo os brasileiros, ficaram desempregados no Japão, afetado por essa crise econômica.
No ano seguinte, em 2009, o governo japonês ofereceu incentivos de 300 mil ienes por adulto e 200 mil ienes para seus filhos, para o retorno voluntário, ou seja, deportação.
Muitos brasileiros e uma pequena parte dos peruanos aceitaram essa quantia, que na época valia cerca de 3 mil dólares, e deixaram o Japão. Naquela época o governo não explicou quando se poderia retornar ao país, mas depois falou-se em 5 anos.
Em 2008 as comunidades brasileira e peruana tinham 312.582 e 59.723 pessoas, respectivamente. No ano seguinte, quando foi oferecido o incentivo, a população brasileira caiu para 267.456, enquanto a peruana para 57.464 (sem impacto). Desde então, a comunidade brasileira nunca mais chegou a esse patamar de 312 mil residentes.
Fontes: The Guardian e Gov. Japão