O corante Red 3 é usado em alguns doces (ilustrativa/banco de imagens)
Reguladoras nos EUA proibiram na quarta-feira (15) o corante chamado Red 3 do fornecimento de alimentos da nação, cerca de 35 anos após ele ter sido banido de cosméticos devido ao risco em potencial de câncer.
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Agentes da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) atendeu uma petição movida por duas dezenas de advogados da saúde os quais pediram que a agência revogasse a autorização para a substância que dá a alguns doces, aperitivos e cerejas marrasquino uma tonalidade vermelha brilhante.
A agência disse que estava levando a ação como uma “questão de lei” porque alguns estudos descobriram que o corante causou câncer em ratos de laboratório.
Autoridades citaram um estatuto conhecido como como a Delaney Clause, a qual exige que a FDA proíba qualquer aditivo que possa causar câncer em pessoas ou animais.
Câncer em ratos de laboratório
Esse corante é conhecido como eritrosina, FD&C Red Nº3 ou Red 3. A proibição o remove da lista aprovada de aditivos coloridos em alimentos, suplementos dietéticos e medicamentos orais, como xaropes para tosse.
Há mais de três décadas, a FDA se recusou a autorizar o uso do Red 3 em cosméticos e medicamentos aplicados externamente porque um estudo mostrou que ele causou câncer quando consumido por ratos.
“Evidência mostra câncer em ratos machos de laboratório que foram expostos a altos níveis de FD&C Red Nº 3. Consideravelmente, a maneira que o FD&C Red Nº3 causa câncer em ratos machos de laboratório não ocorre em humanos”.
Fabricantes de alimentos terão até janeiro de 2027 para remover o corante de seus produtos, enquanto aquelas que fabricam medicamentos orais terão até janeiro de 2028 para fazer o mesmo.
A eritrosina é proibida em alguns países
Outros países ainda permitem certos usos do corante, mas alimentos importados devem atender a nova exigência dos EUA.
O Red 3 é proibido para uso em alimentos na Europa, Austrália e Nova Zelândia, com exceção em certos tipos de cereja marrasquino.
A Associação Internacional de Fabricantes de Corantes defende o Red 3, dizendo que é seguro em níveis tipicamente consumidos pelos humanos.
O grupo aponta para uma pesquisa realizada por comitês científicos operados pelas Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde (PMD), incluindo uma revisão de 2018 a qual reafirmou a segurança do Red 3 em alimentos.
Algumas fabricantes de alimentos já reformularam produtos para remover o Red 3.
Em seu lugar elas usam suco de beterraba, carmim, um corante feito a partir de insetos, e pigmentos de alimentos como batata doce roxa, rabanete e repolho roxo, de acordo com a Sensient Food Colors, uma fornecedora de alimentos e aromatizantes com sede em St. Louis, no estado do Missouri.
Fonte: Japan News Yomiuri