
O japonês quando foi preso (arquivo do jornal Asahi)
O japonês 木村隆二, 25, réu do caso de tentativa de assassinato do então primeiro-ministro, Fumio Kishida, em 15 de abril de 2023, foi sentenciado à pena de 10 anos de reclusão, quando a acusação solicitou 15.
Publicidade
O veredicto foi dado pela juíza do Tribunal Distrital de Wakayama, na quarta-feira (19), por ter tentado eliminar o então primeiro-ministro, que estava visitando a cidade de Wakayama para um comício, usando um artefato explosivo.
No banco do réu, o japonês respondeu por 5 crimes, incluindo a tentativa de assassinato, mais a obstrução da atividade política e por violação da Lei Eleitoral de Cargos Públicos, por ter ferido 2 pessoas com a explosão, entre outros.
O clima ficou tenso nessa ocasião porque o outro primeiro-ministro, Shinzo Abe, foi assassinado em Nara, no ano anterior.
No julgamento, a defesa admitiu as acusações de que Kimura havia jogado um dispositivo explosivo caseiro em Kishida no local do comício, no porto pesqueiro de Saikazaki, na cidade de Wakayama, interrompendo assim a campanha eleitoral.
Acusação destacou que o explosivo fabricado pelo réu era letal
Em suas alegações finais em 10 deste mês, a acusação destacou que o explosivo tinha poder letal, com base nos resultados de experimentos conduzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Ciências Policiais da Agência Nacional de Polícia (NPA), após o incidente para recriá-lo. O réu, Kimura, alegou que, no momento do crime, sabia que a arma tinha poder letal, mas a detonou em um local onde havia muitas pessoas, sem se importar se alguém morreria, e que estava claro que ele tinha a intenção de matar.
Acrescentou que, embora Kishida, que estava no local, não tenha se ferido, o fato de que duas pessoas ficaram feridas não pode ser ignorado, e que “este foi um ato terrorista cruel e perigoso que teve como alvo um primeiro-ministro em exercício e arrastou indiscriminadamente aqueles ao seu redor”.
Defesa argumentou que réu não tinha intenção de assassinato
Por outro lado, a defesa argumentou que o réu Kimura não tinha intenção de matar e, portanto, não poderia ser acusado de tentativa de homicídio ou sob a Lei de Controle de Explosivos, mas sim de agressão.
A juíza ressaltou que o próprio réu estava fazendo experiências com explosivos no mês anterior à ocorrência e que a credibilidade da declaração dele, de que “tive tempo de escapar antes da explosão e pensei que não havia perigo porque (o explosivo) voaria para cima”, não pode ser negada.
A direção real em que o explosivo voou também não foi suficientemente provada no tribunal, por isso a defesa argumentou que “a conclusão é que a intenção de matar não pode ser estabelecida”.
Motivo do crime
Quanto ao seu motivo desse ato, o réu, que não pôde concorrer à eleição para a Câmara dos Representantes de sua cidade devido à idade e outros requisitos, disse que estava insatisfeito com o sistema eleitoral e “tentou chamar a atenção fazendo barulho na frente de políticos famosos” para tornar sua posição conhecida.
O réu disse que se arrependeu e afirmou que uma pena de prisão de três anos era apropriada, segundo a defesa.
O veredicto da juíza começou a ser explicado às 11h de quarta-feira e em seguida bateu o martelo para a condenação.
Fontes: NHK e Asahi