
Foto: © Marcos Corrêa/PR – Agência Brasil
A denúncia da Procuradoria-Geral da República do Brasil (PGR) contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro na terça-feira (18), ao Supremo Tribunal Federal (STF), repercutiu nos veículos de imprensa do mundo.
Bolsonaro, do PL, e mais 33, foram acusados dos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A acusação também envolve outros militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Segundo a PGR, há evidências de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava ciente e concordou com o planejamento e a execução de ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
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Por outro lado, uma nota assinada pelo advogado Paulo Cunha Bueno, afirma que Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.
Na denúncia, a PGR afirma que o plano de ruptura da ordem democrática foi colocado em marcha de forma mais acintosa em março de 2021, após o STF anular as condenações criminais de Lula no âmbito da Operação Lava Jato, permitindo que o petista disputasse as eleições do ano seguinte, informou a Agência Brasil na quarta-feira (19).
Denúncia contra Bolsonaro na mídia internacional

Reprodução do jornal Sankei
Os principais jornais americanos, da Inglaterra, Espanha ou da França destacaram a notícia informando que Bolsonaro nunca aceitou a derrota e articulou essa série de “crimes”, por isso a denúncia. Mas, vale destacar que a maioria desses veículos tem uma bandeira esquerdista, classificando o ex-presidente do Brasil como de extrema direita.
Por outro lado, a imprensa do Japão deu a notícia com mais imparcialidade, informando a denúncia da PGR, mas também o timing dela.
Afinal, foi no pior momento do governo Lula, quando “o índice de aprovação do atual presidente caiu drasticamente, e alguns apontaram que a decisão do Supremo Tribunal Federal pode ter impacto nas eleições presidenciais do ano que vem”, informou a ANN.

Reprodução da ANN
Além disso, a visita do relator Pedro Vaca Villarreal da Organização dos Estados Americanos (OEA) causou burburinho tanto na direita quanto na esquerda brasileira, pois ele ouviu todas as partes e elaborará seu relatório sobre a liberdade de expressão.
O jornal Sankei escreveu: “Bolsonaro foi proibido de concorrer a cargos públicos até 2030, mas ele pretendia retornar com a ajuda de seu bom relacionamento com o presidente dos EUA, Trump. Mas a acusação, que pode levar a um veredito de culpa, o que é um grande golpe para ele”.
Pior desaprovação do Lula
Em relação à avaliação positiva de Lula, caiu para 28,8%, segundo o Paraná Pesquisa, divulgado na quarta-feira (19). A desaprovação aumentou de 50,4% para 55%. Com os últimos pronunciamentos do atual presidente em relação aos preços dos produtos, especialmente dos alimentos, que viraram meme, repercutiram principalmente em duas regiões: sul e sudeste, com índices de desaprovação de 64,8% e 58,5%, respectivamente.
Segundo o jornal Poder 360, “Agora, o ministro Alexandre de Moraes deverá decidir se aceita a denúncia (totalmente ou em parte) ou se arquiva o caso. Também deve submeter a decisão a um colegiado. Ainda pode pedir mudanças à PGR se considerar a peça incompleta ou entender que não corresponde à lei”.
Segundo o deputado Gustavo Gayer, “a denúncia é completamente vazia. É a ‘denúncia da criatividade’”, pois não há provas e tudo foi baseado em uma delação de uma pessoa sob pressão, torturada durante meses e que acabou tendo que dizer o que queriam ouvir. Em relação a essa “criatividade”, o deputado se refere a esse timing.
Fontes: Agência Brasil, ANN, NTV, Sankei, Gazeta do Povo e Poder 360







