
Logos das duas montadoras (NHK)
Nas discussões em andamento entre a Honda e a Nissan sobre uma integração empresarial, a montadora fundada pelo lendário Soichiro teria proposto, na terça-feira (4), adquirir ações da concorrente e torná-la sua subsidiária. A Honda que buscar assumir a liderança na gestão, mas enfrenta forte resistência da Nissan pois desapareceria como marca.
As duas montadoras japonesas iniciaram as negociações para uma integração, em dezembro do ano passado e previa-se avançar mais nas discussões até meados deste mês, levando em conta o progresso das medidas de reestruturação de negócios da Nissan, que tem enfrentado dificuldades financeiras. Agora, a Honda deverá decidir se continua com o plano.
Amor e ódio na busca de um espaço no mercado de VEs
Elas iriam estabelecer uma holding, mas a Honda quer adquirir as ações da concorrente para assumir o controle da gestão, a fim de acelerar a tomada de decisões, incluindo a recuperação administrativa da terceira maior montadora do Japão.
No entanto, como a Nissan enfatizou que a integração empresarial seria em pé de igualdade em meio às fortes vozes de oposição dentro da montadora. A ideia da integração das duas montadoras começou em março do ano passado com um senso compartilhado de crise de que cada uma separadamente não seria capaz de competir sozinha contra as montadoras chinesas e americanas de veículos elétricos (VEs). Queriam compartilhar pesquisas sobre tecnologia de software e eletrificação.
Sob uma holding que reuniria ambas as marcas, permitiria que cada uma continuasse desenvolvendo seus modelos. O plano incluía padronizar a plataforma para todos os novos produtos como desenvolvimento de VEs e softwares.
Se a integração empresarial for adiante, as duas montadoras criariam um dos maiores grupos automobilísticos do mundo, com vendas globais de mais de 7 milhões de unidades, mas, à medida que as duas empresas entram em discussões sérias, a distância entre elas está aumentando.
‘Honda é mais forte’
Na Honda, houve vozes dizendo que as medidas de reestruturação da concorrente não têm senso de urgência e ainda não são completas o suficiente, e que a diretoria está sendo lenta para tomar decisões.
Por outro lado, a Nissan se opõe à tentativa unilateral da Honda de assumir a liderança em meio a um cenário de deterioração de seu desempenho. Nesse contexto, como a Nissan responderá à proposta da Honda de se tornar uma subsidiária? Esse será o foco daqui para frente.
“A Honda é muito mais forte que a Nissan, mas ainda está em desenvolvimento nesta indústria”, disse Carlos Ghosn em dezembro, sobre a fusão, apontando que ambas lutarão pela sobrevivência, mas estarão em situação difícil.
Fontes: NHK e Mainichi