
Hanói, a capital do Vietnã (PM)
Soube-se que o Departamento de Polícia Metropolitana, Tóquio, identificou a base de grupo de furtos em massa, em Hanói, capital do Vietnã, que distribui os produtos furtados nas farmácias e drogarias do Japão.
A polícia também identificou 2 vietnamitas – um homem e uma mulher – que supostamente agiram como líderes, informando os grupos no Japão sobre os itens a serem furtados e seus destinos do Vietnã.
Uma sede de investigação conjunta, incluindo o Departamento de Polícia Metropolitana, suspeitou que um grupo de vietnamitas estava furtando grandes quantidades de produtos de farmácias em praticamente todo o país e coletando-os em várias bases para enviar ao Vietnã. Em novembro do ano passado, eles conduziram buscas simultâneas em bases na região de Kanto e em Osaka, e até agora prenderam 11 membros do grupo.

Batida em das bases para entrega dos produtos furtados pelos vietnamitas, em Saitama, em novembro de 2024 (NHK)
De acordo com as autoridades policiais, a Sede Conjunta de Investigação identificou essa base na capital Hanói com base em depoimentos de membros que foram presos até agora e nos resultados da análise de smartphones apreendidos, e atualmente continua coletando informações.
Base de Hanói funcionava 24 horas
Quando a reportagem da NHK visitou o local no mês passado, encontrou um prédio parecido com um armazém, cerca de 30 minutos de carro do centro de Hanói, em uma área residencial.

Motoqueiro entrega uma das caixas na base de Hanói e mulher a recebe (NHK)
“Até alguns meses atrás, caminhões estacionavam lá a qualquer hora do dia e da noite, com pacotes sendo trazidos e enviados. As pessoas que entravam e saíam diziam que negociavam remédios e outros itens importados do Japão“, disse um homem que mora na vizinhança.
Ao parecer, a quantidade de carga trazida diminuiu desde dezembro do ano passado, um mês após a batida policial em uma das bases no Japão.
Na segunda visita da equipe, as persianas estavam fechadas, e viu-se uma jovem recebendo umas caixas de papelão entregues por uma pessoa de moto.
“Nós compramos no Japão os produtos encomendados por clientes e são entregues aqui. Vendemos cosméticos, suplementos, roupas e outros itens”, explicou.
Quando a reportagem perguntou se os itens foram furtados no Japão, ela respondeu: “Não fazemos nada disso. Estamos lidando com itens comprados em lojas duty-free em aeroportos. Tínhamos recibos para provar, mas os jogamos fora”.
Mais de 15 mil furtos em drogarias em 2024

Prisão de vietnamitas e apreensão de centenas de produtos furtados das drogarias da região Kanto (NHK)
De acordo com a Agência Nacional de Polícia (NPA), houve 15.161 casos de furto de medicamentos e cosméticos em farmácias e drogarias de todo o país no ano passado, o maior desde que as estatísticas começaram, resultando em prejuízos que ultrapassam 1 bilhão de ienes.
Em particular, os danos causados por ladrões e turistas estrangeiros que furtam grandes quantidades de mercadorias de uma só vez são graves e, de acordo com uma análise das subtrações das lojas durante três anos, de 2021 a 2024, realizada pela NPA, a taxa média de prejuízos por ladrão estrangeiro chega a 79 mil ienes. Portanto, os prejuízos passam de 1 bilhão de ienes.
Também foram confirmados casos de estrangeiros enviando grandes quantidades de bens furtados aos seus países de origem, por isso a polícia está intensificando as medidas.
Colaboração da Interpol

Sede da Interpol nos EUA (NHK)
Houve vários outros casos em que ordens de captura foram dadas ao exterior, relacionados a crimes como fraude e furto, mas os poderes da polícia japonesa não se estendem a esses países. Mesmo que o suspeito seja identificado não se pode prendê-lo no seu país.
O governo japonês pode pedir a colaboração da Interpol ou dos canais diplomáticos para solicitar a prisão do suspeito. Ou, pode solicitar às autoridades de outro país a prisão e o ‘dairi shobatsu’, algo como a execução da punição por procuração.
Não está claro quanta cooperação poderá ser obtida do Vietnã em relação aos furtos massivos. Além disso, a dificuldade de lidar com o crime organizado transnacional também é um problema.
Fonte: NHK