
Grupo de protesto reunido em Los Angeles (NHK)
Os nikkeis americanos protestaram contra a aplicação da Lei de Inimigos Estrangeiros, um ato de 1798 usado durante a guerra, pelo presidente Donald Trump para deportar os supostos membros da organização criminosa venezuelana Tren de Aragua.
Pouco mais de 200 venezuelanos, supostamente do Tren de Aragua, foram deportados no sábado (15), com base nessa lei, para a megapenitenciária de El Salvador.
Vale recordar que essa lei foi usada para deter e deportar os estrangeiros residentes nos Estados Unidos durante os tempos de guerra, encarcerando os nikkeis americanos durante a II Guerra Mundial.
Na terça-feira (18), grupos de nikkeis americanos realizou uma entrevista coletiva conjunta no bairro de Little Tokyo, em Los Angeles, Estados Unidos.

À esq. Seia e à dir. Kenyon (NHK)
Kenyon Mayeda, do Museu Nacional Nipo-Americano, disse: “Ele lançou as bases para a ordem executiva 9066, que levou ao encarceramento em massa de mais de 120 mil nikkeis“.
“Não podemos permitir que a história se repita. Devemos nos unir e dizer nunca mais”, acrescentou.
Seia Watanabe, da Liga dos Cidadãos Nipo-Americanos, disse: “Isso não é apenas um uso ilegal da Lei de Inimigos Estrangeiros fora do escopo de uma guerra, mas também é muito amplo e pode ser usado para prejudicar indivíduos sem nenhuma conexão comprovada com o grupo, exceto por meio de sua cidadania venezuelana.”

June relembra quando foi presa por causa dessa lei (NHK)
June Aochi Burke, 92, que foi presa em um campo de concentração no Arkansas quando tinha 10 anos durante a Segunda Guerra Mundial e participou do protesto, disse que “quando um grupo é alvo, começa pequeno e depois piora. Nunca devemos esquecer ou tolerar isso”.
“Não se pode esquecer disso. Então não podemos ter coisas assim”, emendou.
O Centro de Confinamiento del Terrorismo (CECOT), a megapenitenciária de El Salvador, recebeu mais de 200 venezuelanos, mas há um questionamento que paira no ar se todos são realmente integrantes dessa organização criminosa. Trump e Bukele acordaram um pagamento de 20 mil dólares por preso e por ano, pagos pelo governo americano
Fontes: NHK, DW, El Mundo e The Pinnacle Gazette