
Ex-primeira-dama do Peru condenada à prisão de 15 anos (Wikimedia)
A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão por crimes de lavagem de dinheiro, assim como seu marido, Ollanta Humala, que, como esquerdista, governou o país de 2011 a 2016, está preso.
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Ambos foram condenados pelos crimes de lavagem de dinheiro em um processo envolvendo o governo da Venezuela e a construtora Odebrecht, do Brasil.
De acordo com a Convenção de Caracas, o asilo só pode ser concedido àqueles que enfrentam perseguição política, não àqueles que estão sendo julgados por crimes comuns. No entanto, especialistas em relações internacionais enfatizam que o Peru não teve escolha a não ser aceitar a decisão do Brasil, pois primeiro ela se abrigou na Embaixada do Brasil em Lima para obter o asilo diplomático para ela e seu filho, menor de idade.
De condenada a solicitante de asilo em um dia: Brasil a salvou da prisão?
Alegando necessidade de tratamento de câncer, Nadine Heredia e seu filho desembarcaram no aeroporto de Brasília na manhã de quarta-feira (16), vindos em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). No período da tarde, se deslocaram à capital paulista.
Os jornalistas do Peru questionam como o governo brasileiro concedeu asilo diplomático, reconhecendo que foi por causa de perseguição política, quando o caso é criminal.
O Ministério das Relações Exteriores emitiu um comunicado reforçando a informação de que a Embaixada do Brasil no país concedeu asilo diplomático a Nadine Heredia e seu filho, Samir Mallko Ollanta Humala Heredia, sob a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954.
Ministro do Peru disse que pode pedir a extradição
A presidente do Poder Judiciário, Janet Tello, defendeu as decisões proferidas por juízes em matéria penal, afirmando que elas se baseiam na verdade dos fatos e não em perseguição política que justifique o asilo internacional.
A notícia foi coberta pela imprensa brasileira, com opiniões divergentes sobre o contexto e as implicações do pedido de refúgio. Cada veículo destacou diferentes aspectos da situação, desde a postura diplomática do Brasil até detalhes do caso de corrupção que liga o casal a um escândalo com a Odebrecht, para financiamento da campanha política durante as eleições.
O caso ainda deverá ter mais desdobramentos e esclarecimentos, uma vez que o governo do Uruguai negou asilo à mulher condenada e seu filho.
O ministro das Relações Exteriores, Elmer Schialer, afirmou na quarta-feira que, se a Justiça mantiver a pena de 15 anos de prisão imposta à ex-primeira-dama Nadine Heredia, ele poderá pedir sua extradição do Brasil, país que lhe concedeu asilo diplomático.
Fontes: El Comercio, Infobae e TV Perú