
Imagem: NHK
O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, anunciou a retirada do reconhecimento da Universidade de Harvard como instituição de acolhimento para estudantes estrangeiros.
Esta decisão significa que estudantes internacionais que já estão matriculados na universidade deverão transferir-se para outras instituições para mantê-los nos Estados Unidos.
A medida, anunciada pelo Departamento de Segurança Interna no dia 22, causou confusão e ansiedade entre os alunos afetados.
O comunicado detalha que “a partir de agora, estudantes estrangeiros estão impedidos de ingressar na Universidade de Harvard, e aqueles já matriculados devem procurar outras universidades para evitar a perda de seu status de permanência no país”.
O governo Trump justificou a medida com base em objeções relacionadas à segurança nacional e em alegações de que Harvard se recusou a fornecer informações sobre alunos estrangeiros.

Em nota, o governo Trump acusa a universidade de tomar conduta pró-terrorista (Imagem: NHK)
Entre as acusações, a administração Trump também critica Harvard por ‘submissão ao antissemitismo‘ e por comprometer a segurança nacional.
Além disso, o secretário do Departamento de Defesa Noem acusou a universidade de promover violência e colaborar com o Partido Comunista Chinês, ressaltando que esta mudança serve como aviso para outras instituições de ensino em todo o país.
Ainda nas redes sociais, foi exigido que Harvard entregue registros de cinco anos relacionados a manifestações e comportamentos de estudantes estrangeiros que violem regras.
Segundo estimativas da mídia americana, Harvard abriga cerca de 7.000 estudantes internacionais, que compõem uma fonte financeira significativa devido às receitas de mensalidades.
Além das recentes ações, a administração Trump já havia congelado parte dos subsídios para a universidade e ameaçou retirar benefícios fiscais anteriormente oferecidos. A pressão tem sido intensa, com objetivo de forçar Harvard a ajustar-se às demandas governamentais.
O estudante austríaco Carl Molden, 21, expressou o impacto emocional da decisão: “Nosso sentimento é de ‘confusão’. Não sabemos se devemos voltar para nossos países antes que a situação piore, permanecer de férias ou procurar outra universidade”.
O estudante também destacou que a universidade já está movendo ações judiciais contra o governo federal e acredita que representará os estudantes nesses novos conflitos.
A Universidade de Harvard, em resposta às perguntas da NHK, classificou as medidas do governo como ilegais e destacou seu compromisso em manter sua tradição de acolhimento a estudantes e pesquisadores de mais de 140 países.
Em uma declaração, a universidade chamou a ação governamental de uma ameaça capaz de causar dano significativo à comunidade de Harvard e ao país, comprometendo suas missões acadêmicas e de pesquisa.
Fonte: NHK