
Yoshimichi Aoki, diretor da escola noturna, e a aluna Yume Irie (Imagem: Brasil Nippou)
Foi inaugurada em Konan (Shiga) a primeira escola pública noturna da província, a ‘Kosei Chugakkou Yakan Gakkyu’, com cerimônias de abertura realizadas em 7 de abril e a cerimônia de matrícula no dia 9 do mesmo mês.
Dos 21 novos alunos, 10 são de nacionalidade estrangeira, destacando-se a participação da comunidade nipo-brasileira e enfatizando o foco colaborativo da escola em transcender as barreiras culturais e nacionais.
A presença de Maite Yume Irie, uma nipo-brasileira de quarta geração, demonstra a diversidade presente na escola, sendo vista como um símbolo da coexistência multicultural. Entre os presentes na inauguração, estavam o governador de Shiga, Taizo Mikazuki, bem como a prefeita de Konan, Kayoko Matsuura, ilustrando o apoio governamental ao projeto.
O projeto da escola noturna oferece uma oportunidade vital para aqueles que, por diferentes razões, não puderam completar a educação obrigatória, ou para estrangeiros que não tiveram acesso ao sistema educacional japonês. Operada nas instalações já existentes da Escola Kosei, a escola noturna partilha recursos e instalações com as turmas diurnas, maximizando os recursos educativos disponíveis e promovendo um ambiente educacional inclusivo.
Maite Yume Irie, 19, oriunda de Gifu, é um exemplo neste processo. Inicialmente estudante da escola Hie em Konan, transferiu-se para a ‘Nihon Latino Gakuin’ em Higashiomi com o objetivo de se aprofundar em suas raízes brasileiras e na língua portuguesa.
Esta decisão levou-a a ambicionar o ingresso em colégios e universidades japonesas, um desejo que surgiu durante o segundo ano do ensino médio.
Essa ambição foi direcionada por uma consulta com Yoshimichi Aoki, atual vice-diretor da escola noturna, que em sua posição anterior no Conselho Educacional de Konan, a informou sobre a necessidade do diploma de conclusão do ensino médio no Japão para prosseguir em instituições de ensino superior.
Em resposta, Irie passou a receber suporte no Centro Juvenil de Konan e iniciou a preparação para as provas de certificação equivalentes ao diploma de ensino médio japonês, recebendo assistência educativa duas vezes por semana.
A jornada de Maite incluiu aprovação nas provas de inglês e estudos sociais e um apurado foco nos exames que abrangem os três anos de currículo do ensino fundamental japonês, desafiando-a dado seu breve tempo de estudo no Japão, mas fortalecida pelo apoio persistente dos funcionários do centro juvenil.
A possibilidade da inauguração de uma escola noturna em Konan trouxe um novo leque de oportunidades e representou um impulso motivador para Maite e muitos outros estudantes na mesma situação.
Fonte: Brasil Nippou