
Riscos pulmonares: aumento de fungos ameaça pacientes vulneráveis (Wikimedia Commons)
Um novo estudo alerta que um fungo mortal pode se espalhar por partes da Europa, Ásia e Américas, causando sérios problemas pulmonares em pessoas vulneráveis devido ao aumento das temperaturas.
O Aspergillus, um tipo de fungo que prospera em climas quentes e úmidos, tem o potencial de infectar milhões caso se disseminar por essas regiões.
Norman van Rhijn, coautor do estudo, advertiu que o mundo está se aproximando de um “ponto de virada” onde a disseminação de patógenos fúngicos pode se tornar normal.
“Estamos falando de centenas de milhares de vidas, e mudanças continentais na distribuição das espécies. Em 50 anos, onde as coisas crescem e o que te infecta será completamente diferente”, disse van Rhijn ao Financial Times.
Conforme o estudo, a espécie pode crescer rapidamente em altas temperaturas em compostos, o que explica sua capacidade de prosperar nos 37°C da temperatura interna do corpo humano. Além disso, a resiliência dos fungos significa que podem sobreviver e prosperar em locais onde outros organismos não conseguem, inclusive dentro dos reatores nucleares de Chernobyl.
Embora inalar esporos do fungo não adoeça todo mundo, aqueles com condições como asma, fibrose cística ou sistema imunológico enfraquecido permanecem em risco.
O preocupante é que o reino dos fungos é amplamente inexplorado pela ciência. Menos de 10% de um estimado de 1,5 milhão a 3,8 milhões de espécies de fungos foram descritas, e apenas uma fração mínima teve seu material genético (genoma) sequenciado.
“Seu modo de vida no ambiente natural pode ter fornecido ao Aspergillus fumigatus a vantagem de colonizar os pulmões humanos”, afirmou a professora Elaine Bignell, codiretora do MRC Centre for Medical Mycology na Universidade de Exeter.
O estudo destacou que o Aspergillus fumigatus pode se espalhar por mais 77% do território até 2100 devido ao uso intensivo de combustíveis fósseis pelo mundo. Como resultado, potencialmente 9 milhões de pessoas na Europa poderiam estar expostas à infecção.
Ainda que o perigo seja iminente, cientistas afirmam que o desenvolvimento de medicamentos antifúngicos tem sido dificultado pela falta de atratividade financeira devido aos altos custos e dúvidas sobre sua lucratividade.
Fonte: NDTV