
Lula e Xi se encontram em Pequim (© Ricardo Stuckert / PR – Agência Brasil)
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em visita à Pequim como convidado de honra da cúpula China-Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), desde domingo (11), acompanhado de uma grande comitiva.
Em Pequim, assinou dezenas de acordos de cooperação, com seu colega Xi Jinping, em um encontro na terça-feira (13), horário local.
Durante a reunião, o presidente Xi, tendo o governo Trump em mente, disse: “Os dois países devem juntos salvaguardar o multilateralismo e a ordem do comércio internacional e se opor ao protecionismo e ao comportamento hegemônico”, enfatizando a necessidade de trabalhar juntos para combater os Estados Unidos.
Os dois líderes conversaram sobre o tarifaço de Donald Trump, criticando a postura protecionista e a guerra comercial.
Em resposta, o presidente Lula afirmou que “o protecionismo e a imposição de tarifas injustas não trarão desenvolvimento nem prosperidade” e expressou sua intenção de cooperar com a China para manter a ordem internacional.
A cúpula também incluiu uma declaração conjunta sobre os combates na Ucrânia, pedindo diálogo direto entre a Ucrânia e a Rússia e enfatizando que a China e o Brasil podem desempenhar um papel ativo na resolução do conflito.
Acordos de cooperação entre China e Brasil

Comitiva brasileira à esquerda, reunida com líderes chineses (© Ricardo Stuckert / PR – Agência Brasil)
Em declaração dirigida aos jornalistas que acompanham a missão brasileira, Lula disse que os acordos assinados “comprovam o dinamismo que o presidente Xi Jinping e eu temos imprimido ao relacionamento bilateral”.
Ele destacou que, entre os documentos assinados, há um ato que pretende dar dinamismo à relação entre os estaleiros brasileiros e chineses. Algo que, segundo Lula, está em linha com o compromisso de seu governo para resgatar a indústria naval brasileira.
Lula citou também alguns protocolos da área de saúde que pretendem expandir a capacidade brasileira de produção de remédios e vacinas, e de manufatura de equipamentos médicos.
Ainda segundo Lula, mais dois satélites serão lançados por conta do programa Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China. Os CBERS 5 e 6 produzirão e compartilharão imagens para uso ambiental, agrícola e meteorológico com os países do Sul Global.
Um outro empreendimento que poderá render bons frutos ao Brasil é o Túnel de Santos. Algo que, segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, tem despertado interesse de empresários chineses.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2023 o Brasil exportou US$ 157,5 bilhões aos chineses, valor recorde, enquanto importou US$ 104,3 bilhões. Segundo o Planalto, as exportações brasileiras para a China foram superiores à soma das vendas do país para os EUA (US$ 36,9 bilhões) e para a União Europeia (US$ 46,3 bilhões).
Fontes: Agência Brasil e JNN