
Estudo japonês associa dieta washoku à melhora da saúde mental (ilustrativa/banco de imagens)
Um estudo realizado por pesquisadores japoneses sugere que a adoção do washoku, a tradicional dieta japonesa, pode reduzir o risco de depressão.
A pesquisa, publicada na revista Psychiatry and Clinical Neurosciences neste mês, analisou cerca de 12,5 mil trabalhadores de 5 grandes empresas do Japão entre 2018 e 2021, sendo que 88% eram homens com idade média de 42,5 anos.
Desses, 30,9% relataram sintomas de depressão, como desânimo e desmotivação.
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Os participantes foram questionados sobre a frequência com que consumiam certos alimentos e bebidas na semana anterior, resultando em uma escala de 0 a 9 que indicava a adesão à dieta tradicional japonesa, composta por ingredientes como arroz branco, peixe, missoshiru, produtos de soja, vegetais cozidos, comidas salgadas, cogumelos, algas marinhas e chá verde.
Uma escala japonesa modificada de 0 a 11 incluía alimentos benéficos para a saúde mental, como frutas, vegetais crus, laticínios e arroz minimamente processado, com pontuação extra para aqueles que consumiam alimentos salgados menos de uma vez por semana.
O estudo revelou que quanto maior a pontuação na dieta, menor era a probabilidade de sofrer de depressão, com os maiores consumidores de washoku apresentando entre 17% e 20% menos chance de sintomas depressivos.
A relação entre a dieta japonesa e a saúde mental pode ser atribuída a alimentos como algas, produtos de soja e vegetais, que contêm folato, conhecido por estimular neurotransmissores como serotonina e dopamina.
Antioxidantes presentes em vegetais coloridos, chá verde, natô e missô contribuem para reduzir estresse oxidativo no cérebro. Além disso, o umami, sabor característico da culinária japonesa, pode ativar o sistema nervoso parassimpático, auxiliando na estabilidade mental.
Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar uma ligação causal entre washoku e a prevenção de depressão, o resultado do estudo foi considerado “muito encorajador”, segundo Haruka Miyake, pesquisadora do Instituto Japonês de Segurança em Saúde.
“Esperamos que a promoção de hábitos alimentares saudáveis, enraizados na cultura alimentar japonesa, leve a uma nova estratégia de saúde pública para apoiar o bem-estar mental”, afirma ele.
Fonte: Japan Times







