
Pesquisadores identificam genes ligados à resposta ao tratamento do Alzheimer (ilustrativa/banco de imagens)
Pesquisadores do Japão identificaram um conjunto de genes que pode abrir caminho para métodos de prevenção “sob medida” contra o Alzheimer com base na constituição física e outros fatores de cada pessoa.
Os cientistas do Centro Nacional de Geriatria e Gerontologia, localizado em Tóquio, fizeram a descoberta.
Conforme o estudo publicado em 10 de junho de 2025 na revista Alzheimer’s Research & Therapy, os pesquisadores observaram que exercícios e treinamentos cognitivos conseguiram melhorar a função cognitiva em indivíduos geneticamente predispostos ao desenvolvimento da doença.
Esta descoberta pode ser crucial para o uso eficiente do pessoal e dos orçamentos limitados de saúde.
O uso de exercícios moderados e treinamento cerebral é comum em instalações médicas e residências para idosos na tentativa de prevenir a demência. No entanto, os resultados variam conforme o indivíduo, e a razão por trás dessas diferenças não era bem compreendida até então.
Os pesquisadores analisaram os genomas de 3.962 pacientes com Alzheimer, com idades entre 65 e 85 anos, e 4.074 idosos com funções cognitivas normais.
Ambos os grupos estavam registrados em um biobanco. Após analisar as sequências nucleotídicas relacionadas à demência, eles identificaram 12.819 variações e classificaram os participantes em grupos de alto e baixo risco genético para desenvolver a doença.
Os cientistas então monitoraram as mudanças na função cognitiva durante um ano e meio, implementando atividades de prevenção como exercícios semanais, orientação nutricional e treinamento cerebral.
Entre aqueles no grupo de alto risco que receberam intervenção, a taxa de melhora foi 3,6 vezes maior após seis meses comparada àqueles sem intervenção. A taxa se manteve duas vezes maior após um ano e 18 meses.
Para aqueles com baixo risco genético de desenvolver a doença, não houve diferença significativa na melhora dos sintomas, independentemente das medidas adotadas.
Além disso, não foram observadas melhorias entre indivíduos com mutações dos genes ID3 ou LMO1, mesmo após as medidas preventivas. A mutação do gene ID3 estava presente em 36% dos sujeitos do teste e 2% para o gene LMO1.
Daichi Shigemizu, pesquisador principal, afirmou: “Recentemente, um novo medicamento para tratar Alzheimer foi desenvolvido, mas sua administração é limitada, tornando o treinamento cerebral uma importante medida familiar como tratamento não farmacológico. Queremos aumentar o número de casos tratados e melhorar a precisão na identificação das pessoas que se beneficiarão dessas medidas”.
Fonte: Mainichi