
Homem vítima do tráfico humano (© Wellyngton Souza/Sesp-MT – Agência Brasil)
O tráfico de pessoas é um problema transnacional no Brasil, já que os perfis das vítimas e dos criminosos são tanto de brasileiros quanto de estrangeiros. O Relatório Nacional sobre o tema foi lançado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública na sexta-feira (4), horário de Brasília.
De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o “tráfico de pessoas é uma preocupação crescente no país, com mais de 1,5 mil denúncias anuais, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dados do relatório nacional sobre o tráfico de pessoas (2021 a 2023), revelam que as vítimas, principalmente mulheres e crianças, são exploradas para trabalho forçado e exploração sexual”.
As informações são relativas ao ano passado e foram fornecidas por diversos órgãos, como o ministério das Relações Exteriores, da Saúde, a Defensoria da União e a Polícia Federal. Os dados não estão unificados e foram tratados isoladamente, para não haver duplicação.
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Foi constatada, porém, a predominância de vítimas homens, para o trabalho escravo, seguido das mulheres, para exploração sexual. Entre as formas de aliciamento, a internet é o meio utilizado para mais da metade dos casos de exploração sexual.
Vítimas no Brasil: trabalho escravo e exploração sexual de estrangeiros e brasileiros

Silhueta de uma pessoa (PM)
De acordo com o SBT News, nos últimos oito anos, o Brasil registrou 857 denúncias anônimas sobre tráfico de pessoas. Do total, 43,9% das possíveis vítimas são mulheres. E a maioria dos casos tem registro no estado de São Paulo.
Sobre o perfil das vítimas, os dados do Ministério da Saúde sugerem que pretos e pardos somam mais da metade delas. Já os inquéritos policiais reforçam a maior incidência do tráfico humano, dentro do Brasil, para fins de trabalho escravo nos setores da construção civil, agricultura, fazendas, indústria têxtil e trabalho doméstico.
Os migrantes sul-americanos, especialmente paraguaios e bolivianos, são os grupos com mais alta vulnerabilidade. Entretanto, 163 trabalhadores chineses também foram resgatados na maior operação do ano passado.
De acordo com a Polícia Federal (PF), os dados coletados apontam que a maioria das vítimas de tráfico de pessoas no Brasil, em 2024, tinham como destino trabalho escravo (40,9%) e exploração sexual (31,5%).
Tráfico de pessoas para fora do Brasil
Para levá-los fora do Brasil, o tráfico de pessoas tem alimentado plataformas digitais de apostas em países asiáticos, destino de mais da metade das vítimas no exterior, especialmente as Filipinas, mas também acabam em países como a Nigéria, Mianmar, Camboja e outros.
Já a exploração sexual de mulheres, cis e trans, no continente europeu permanece constante, com destaque para Itália e Bélgica, mesmo com as investigações tendo aumentado significativamente em 2024.
Também foi lançado nesta sexta-feira, um Painel de Dados, ferramenta interativa desenvolvida pela Secretaria Nacional de Justiça com informações sobre o enfrentamento ao crime do tráfico de pessoas.
A apresentação faz parte das ações previstas para este mês, em referência ao Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, em 30 de julho.
O tráfico humano é crime e deve ser denunciado. O Brasil possui pelo menos 5 canais abertos para denúncias, que podem ser anônimas.
Avise seus familiares que moram no Brasil:
- Disque 100 (Disque Direitos Humanos)
- Ligue 180 (Ministério das Mulheres)
- Canal de Denúncias de Crimes Cibernéticos (SaferNet Brasil)
- Comunica Crimes (Polícia Federal)
- Sistema Ipê (Ministério do Trabalho e Emprego)
- MPT Pardal (Ministério Público do Trabalho)
Fontes: Agência Brasil, SBT News e UNFPA







