Olhos vesgos e telas: relação preocupante entre jovens e dispositivos digitais (ilustrativa/banco de imagens)
Enquanto o uso prolongado de smartphones e outros dispositivos digitais tem sido amplamente vinculado à miopia, uma condição ocular rara está se tornando mais comum na era digital atual, especialmente afetando jovens cujos olhos se voltam para dentro, fazendo-os parecer vesgos.
A condição, conhecida como esotropia adquirida – uma forma de “estrabismo de smartphone” em que um olho se dirige para o nariz enquanto o outro permanece em uma posição natural – está se tornando cada vez mais frequente entre os jovens no Japão.
Especialistas alertam que o uso excessivo de dispositivos digitais pode contribuir para o início da condição e recomendam que as pessoas procurem um oftalmologista rapidamente se notarem anomalias, como olhos desalinhados em crianças, pois é tratável se detectada precocemente.
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O estrabismo é um desalinhamento dos olhos, frequentemente causando visão dupla ou dificuldade na percepção de profundidade.
Segundo um estudo da Universidade de Quioto, aproximadamente 1 em cada 50 pessoas no Japão apresenta estrabismo, sendo o tipo mais comum entre os japoneses o “estrabismo externo”, no qual um olho desvia para fora.
Nos últimos anos, porém, à medida que as pessoas usam smartphones, tablets e dispositivos de jogos por períodos mais longos, tem sido relatado tanto no Japão quanto no exterior que o “estrabismo interno” está em ascensão.
Em especial, houve um aumento acentuado no número de publicações sobre esotropia aguda, em vez de formas congênitas da condição, desde 2020, quando a pandemia de coronavírus obrigou as pessoas a ficarem em casa e a usarem dispositivos de forma compulsiva.
‘Estrabismo de smartphone’: um olho se dirige para o nariz enquanto o outro permanece em uma posição natural (PM)
Já em 2020, em uma palestra pública intitulada “Luz e Sombra dos Smartphones”, patrocinada pelo Conselho de Ciência do Japão, especialistas apresentaram dados mostrando que a miopia em crianças está rapidamente aumentando em todo o mundo e triplicou no Japão nas últimas três décadas.
Além disso, há também um risco aumentado de estrabismo, causado por deitar e olhar para telas com o foco mudando de lado ou mantendo a tela muito próxima aos olhos.
Kyoko Ono, professora do departamento de oftalmologia do Hospital da Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio, alertou que olhar para pequenas telas de perto em um smartphone é “um estímulo forte que o olho humano nunca havia experimentado antes“.
“Alguns dados mostram que pessoas que usam smartphones frequentemente subestimam a quantidade de tempo que passam usando-os”, disse.
“Em crianças, esperamos que os pais gerenciem adequadamente o tempo de uso e garantam que possam brincar ao ar livre”.
Fonte: Mainichi
