Sohei Kamiya, presidente do Sanseito (Wikimedia)
Uma das preocupações com a derrota do PLD nas últimas eleições é se a política anti-imigrantes será levada a cabo, com o apoio dos demais partidos da oposição ao governo.
Sohei Kamiya, 47 anos, nascido na província de Fukui, é presidente do Sanseito (参政党), traduzido livremente como Partido da Participação Política, e foi eleito como um dos integrantes da oposição – Partido Liberal Democrata (PLD) – para a Câmara dos Conselheiros. Junto com ele, mais 13 do mesmo partido se garantiram como conselheiros.
Ele é o autor e defensor do “Nihonjin First”, que pode ser traduzido como “Japoneses Primeiro”, durante sua campanha eleitoral. “Algumas pessoas dizem que [esse slogan] é discriminatório contra os estrangeiros, mas sinto que fui rotulado com essa frase para criticá-los”, disse ele em uma entrevista na noite de domingo, quando soube que foi um dos escolhidos pelos seus eleitores.
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Esse seu slogan soou anti-imigrantes ou antiestrangeiros, tanto para os membros do PLD quanto para a imprensa estrangeira. Mas, ele se defende.
“Recebi mais apoio do que esperava. Meu princípio norteador para minhas atividades é transmitir à população uma antítese à globalização. Gostaria de me concentrar em restaurar a força da economia, implementando cortes de impostos e uma política fiscal ativa, e em restaurar um Japão onde as pessoas possam viver em paz”, disse ele em um programa da Nippon Television, negando ser anti-imigrantes.
‘Sentimento antiestrangeiro chegou ao Japão’
Jornais da Coreia do Sul (ANN)
Com a derrota do PLD nessas eleições, o jornal Chosun da Coreia do Sul expressou preocupações sobre as relações entre o Japão e seu país.
O golpe no governo Ishiba “deve ter um impacto nas relações entre Japão e Coreia do Sul” e, se ele renunciar, “há uma grande possibilidade de que as relações entrem em uma fase ainda mais difícil”, escreveu.
Na opinião do jornal sul-coreano “o sentimento antiestrangeiro que se alastrou na Europa e nos Estados Unidos também chegou ao Japão”, analisou como mais um possível país anti-imigrantes.
Residentes estrangeiros devem se preocupar com a política anti-imigrantes?
Os residentes estrangeiros no Japão deverão ser afetados de alguma forma, como por exemplo, no endurecimento daqueles que estão em inadimplência com os impostos, seguro médico e aposentadoria, além das questões do visto de residência e do pedido de asilo.
“Não acho certo nos rotular com o que o PLD está dizendo, como xenófobo, odioso ou discriminatório. Acho natural que permitamos a entrada de estrangeiros que sigam as regras, mas devemos impor certas penalidades àqueles que não as seguem”, defendeu Kamiya durante um debate na Kansai TV.
Fontes: ANN, Tokyo Shimbun e FNN
