
Alerta no Japão: Golpes telefônicos de falsos policiais crescem e preocupam (ilustrativa/banco de imagens)
O Japão está enfrentando um aumento significativo em golpes realizados por indivíduos que se passam por policiais, com perdas que superam os ¥31,6 bilhões (US$ 217 milhões) nos primeiros cinco meses de 2025.
A Agência Nacional de Polícia (ANP) lançou uma campanha nacional de conscientização sobre tais casos, alertando que meios cada vez mais sofisticados de cometer fraudes — envolvendo números de telefone falsificados, mensagens em redes sociais e chamadas de vídeo — estão sendo usados para enganar as vítimas.
Apenas os golpes de falsificação de identidade policial foram responsáveis por 3.816 casos reconhecidos de fraude entre janeiro e maio deste ano, segundo a agência.
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As vítimas abrangem várias gerações, com casos envolvendo pessoas na faixa dos 20 e 30 anos representando 40% das ocorrências.
Muitos desses casos começaram com um simples telefonema
Em um incidente, uma vítima recebeu uma ligação de um número que parecia ser o da sede da Polícia da Província de Aichi.
A interlocutora, que alegava ser policial, afirmou que uma conta bancária havia sido aberta de forma fraudulenta em nome da vítima e que ela estava sob suspeita de lavagem de dinheiro.
A conversa continuou em uma chamada de vídeo em um aplicativo de rede social, durante a qual um homem se passando por policial exibiu o que parecia ser uma identificação oficial e instruiu a vítima a transferir ¥2,5 milhões para uma conta para “fins de verificação”.
A vítima só percebeu que havia sido enganada após contatar o departamento de polícia real posteriormente.
Os golpistas também têm usado números internacionais e mensagens de voz automáticas para iniciar o contato
Em um caso, um homem recebeu uma ligação de um número do exterior alertando que seu serviço de telefonia móvel seria suspenso em duas horas. Após seguir uma série de comandos de voz, ele foi transferido para alguém que alegou que um contrato de telefone em seu nome havia sido usado em um crime.
O golpista então sugeriu que o homem fizesse um relatório via aplicativo de mensagens. Uma chamada de vídeo logo se seguiu, envolvendo um impostor que afirmava ser da Polícia da Província de Kagoshima. O homem suspeitou encerrou a ligação.
Outros esquemas envolveram sites falsos projetados para se parecer com páginas oficiais da polícia
Na Província de Hyogo, um homem perdeu 2 milhões de ienes em um golpe em que foi orientado por um golpista a visitar um site fraudulento que se assemelhava à página inicial do Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio. Quando ele inseriu um número de caso na barra de pesquisa do site, um mandado de prisão falso com seu nome apareceu.
Mais recentemente, alguns desses golpes têm se expandido para incluir exploração sexual
Desde janeiro, a polícia confirmou pelo menos 32 casos em que mulheres foram coagidas a enviar imagens ou vídeos nus durante chamadas de vídeo. As vítimas foram informadas de que precisavam passar por “inspeções corporais completas” por golpistas que frequentemente gravaram as imagens para uso em extorsões posteriores.
ANP pede cautela
A Agência Nacional de Polícia destaca que:
- Oficiais de polícia não entram em contato com indivíduos através de redes sociais
- Não enviam imagens de identidades ou mandados
- Não iniciam chamadas de vídeo
- Não solicitam que cidadãos movimentem dinheiro ou assinem novos contratos de telefonia móvel.
A polícia também não instrui indivíduos a se isolarem de suas famílias ou verificarem seus saldos bancários para fins investigativos.
A agência está instando o público a ser cauteloso e a desconsiderar imediatamente qualquer contato feito por alguém afirmando ser policial, encorajando-os a visitar sua delegacia local ou ligar para um serviço de consultoria ao invés de retornarem qualquer ligação usando números fornecidos por potenciais golpistas.
A polícia também aconselha o uso de aplicativos de smartphone para bloquear chamadas internacionais e recomenda que aqueles com linhas fixas apliquem serviços de bloqueio de chamadas internacionais, disponíveis gratuitamente nas delegacias, já que muitos golpes se originam no exterior, com um suposto grupo baseado no Camboja desmantelado em maio.
Fonte: Japan Times







