Presidente Trump eleva a pressão sobre o Japão, propondo tarifas de até 35% e acusando o país de se aproveitar dos EUA por décadas (banco de imagens)
O presidente dos EUA, Donald Trump, na terça-feira (1º), sugeriu a ideia de aumentar ainda mais as tarifas sobre importações vindas do Japão, imaginando um nível tão alto quanto 30% ou 35%, em sua última investida contra um aliado-chave de Washington em meio a negociações comerciais bilaterais paralisadas.
“Não tenho certeza se vamos chegar a um acordo. Duvido disso”, Trump disse a repórteres a bordo do Air Force One, chamando o Japão de “muito difícil” e “muito mimado”.
Ele reiterou sua reclamação de que o Japão não importa carros suficientes ou arroz dos Estados Unidos, alegando que o país tem “nos explorado por 30, 40 anos”.
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Enquanto elogiava o “grande relacionamento” entre os países ao longo das décadas, Trump disse que, no que diz respeito ao comércio, Tóquio tem sido “muito injusta, e esses dias acabaram.”
Trump afirmou que enviaria uma carta ao Japão dizendo, “Muito obrigado… sabemos que não podem fazer o tipo de coisas que precisamos, e, portanto, pagam 30%, 35% ou qualquer que seja o número que determinarmos.”
O presidente fez os comentários quando perguntado se ele estava considerando estender a pausa de 90 dias para tarifas específicas de países, programada para expirar em 9 de julho. Ainda não está claro quais importações japonesas poderiam ser afetadas pelas tarifas potencialmente mais altas.
Ele descartou uma extensão da pausa, que foi instituída com o objetivo de facilitar negociações com parceiros comerciais importantes dos EUA.
Trump tem focado particularmente no Japão na questão comercial
Nos últimos dias, Trump tem focado particularmente no Japão na questão comercial, mesmo enquanto diz que “realmente gosta do novo primeiro-ministro,” referindo-se a Shigeru Ishiba, a quem encontrou pela última vez em meados de junho no Canadá.
Ishiba e Trump, na época, não conseguiram reduzir as diferenças sobre suas tarifas unilaterais e meramente concordaram em continuar as negociações ministeriais.
De acordo com as chamadas tarifas de “Dia da Libertação” recíprocas de Trump, o Japão atualmente enfrenta uma tarifa adicional de 14%, para uma taxa total de 24%.
A pausa de 90 dias se aplica apenas a tarifas específicas de países sob o esquema, cobrindo cerca de 60 parceiros comerciais com superávits comerciais notáveis com os Estados Unidos. Isso não afeta a tarifa-base de 10% dele sobre importações de quase todos os países.
Além disso, Trump impôs tarifas no setor automotivo e outros com base na segurança nacional.
O aumento de Trump em abril da tarifa sobre carros importados de 2,5% para 27,5% impactou especialmente o Japão, com sua indústria automotiva respondendo por quase 30% do total das exportações para os Estados Unidos por valor no ano passado.
Ishiba e o principal negociador de tarifas do Japão, Ryosei Akazawa, têm reiteradamente instado a administração Trump a remover as tarifas muito mais altas.
Akazawa esteve em Washington por quatro dias até domingo para sua sétima rodada de negociações ministeriais com os Estados Unidos. Mas faltou progresso tangível, com aparentes diferenças agudas sobre a tarifa automotiva da administração Trump.
Fonte: Mainichi
