
Uma das ilhas da vila Tokara (MBC)
O enxame de terremotos nas Ilhas Tokara (Kagoshima), ao sul do Japão, continua, desde 21 de junho quando aconteceu o primeiro. Já passam de 911 sismos, calculados até às 16 horas de quarta-feira (2). Mas, depois desse horário, até às 3h de quinta-feira (3), somam mais 40 tremores.
Às 15h26 de quarta-feira ocorreu mais um terremoto de magnitude 5,0. Em seguida, foram mais dois de mesma magnitude, deixando a população da vila Tokara em estado de alerta.
A partir das 16h no mesmo dia, além desses 3 sismos fortes ocorreram 18 de intensidade 4 e 60 de intensidade 3.
Ayataka Ebita, chefe da Divisão de Monitoramento de Terremotos e Tsunamis da Agência de Meteorologia do Japão (AMJ) disse para a população local que “se prepare para uma eventual evacuação imediata“, pois não pode prever quando essa sequência de terremotos irá ter fim.
Mais de cem tremores em um único dia foram registrados em 22, 23 e 29 de junho, depois em 1.º e 2 deste mês.
Quando esse enxame de terremotos irá parar
Enxames de terremotos ocorreram repetidamente nesta área no passado. De acordo com a AMJ, 308 terremotos com intensidade sísmica de 1 ou superior foram observados em dezembro de 2021 e 346 em setembro de 2013, mas foram amplamente contidos poucos dias após a ocorrência.
Desta vez, os tremores desse enxame de terremotos continuaram aumentando por mais de 10 dias, tornando-se o maior número já registrado.
Considerando que já ocorreu um terremoto de magnitude superior a 5 em 2021, Ebita recomendou que “devemos nos preparar para terremotos de magnitude semelhante no futuro”.
De acordo com Yagihara Hiroshi, professor associado de sismologia na Universidade de Kagoshima, especialista em terremotos nas Ilhas Tokara, no lado leste do arquipélago, a Placa Marinha das Filipinas, no lado oceânico, está subdividindo sob a Placa Eurasiática no lado terrestre, enquanto no lado oeste, uma força está sendo aplicada que se espalha de leste a oeste a partir do Okinawa Trough como seu centro.
Relação com o Nankai Trough
“As forças de empurrão e afundamento causam acúmulo de tensão nas falhas circundantes, resultando em terremotos frequentes”, destacou o especialista.
Além disso, diferentemente de terremotos anteriores, a localização do epicentro desse enxame de terremotos parece estar se espalhando gradualmente, e é possível que água ou outros “fluidos” estejam subindo do fundo do mar, tornando a falha mais propensa a deslizar.
Sobre a possibilidade desse enxame de terremotos desencadear o temido Nankai Trough, o professor associado Yagiwara disse: “Não há conexão porque o epicentro está longe”.
Fontes: AMJ, MBC e Yomiuri