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Entenda como o Pokémon gerou um grande problema para a McDonald's

| Economia

A McDonald’s enfrentou dificuldades com a revenda de brinquedos do Happy Meal no Japão, focados na franquia Pokémon, em meio a tentativas para desestimular esse mercado. Limitações na revenda e falhas nas medidas preventivas resultaram em revenda a preços altos e desperdício de alimentos.

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Cartas Pokémon que vêm no Happy Meal (Imagem: Nikkei)

A McDonald’s Japan está enfrentando dificuldades na gestão da revenda de brinquedos do Happy Meal, focados na popular franquia de anime ‘Pokémon’.

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Apesar das tentativas da empresa de limitar a compra de unidades, a prática de revenda a preços altos e o desperdício alimentar em larga escala não foram evitados.

Essa situação revela uma contradição entre as estratégias de marketing para aumentar o público e as tentativas de conter a compra em massa não autorizada dos produtos, com os revendedores aproveitando-se das falhas na estratégia.

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As cartas foram muito revendidas no Mercari (Imagem: Nikkei)

Ao anunciar o lançamento do Happy Meal, a McDonald’s informou que trabalharia em parceria com o Mercari para combater a revenda das cartas.

O Mercari, atendendo a pedidos da McDonald’s, removeu anúncios que usavam imagens oficiais do site, mas não tomou medidas contra imagens criadas pelos próprios usuários, permitindo assim que a revenda continuasse incontrolável.

Desde o lançamento em 8 deste mês, muitas cartas Pokémon foram anunciados, com casos de pacotes de 300 unidades sendo vendidos por cerca de 700 mil ienes.

O Mercari não proíbe a revenda em si, adotando a postura de que é um mercado livre criado para pessoas com valores diversos. Segundo um porta-voz, determinar o que constitui uma revenda em grande escala é complicado, pois a prática de comprar barato e vender caro é uma base do comércio.

Restrições mais rígidas poderiam enfraquecer a essência do Mercari enquanto plataforma de comércio secundário.

A McDonald’s havia implementado uma limitação de cinco unidades por pessoa, mas imagens de consumidores com sacolas de papel além do limite rapidamente circularam nas redes sociais.

Akiko Takahashi, professor visitante da Universidade Seikei e especialista em problemas na Internet, criticou a empresa por deixar o cumprimento de regras sem controle estrito, sendo esse um outro ponto vulnerável.

Takahashi pontua que “o erro foi oferecer cartas colecionáveis, altamente visadas por revendedores, como brinde”. Brinquedos da mesma linha Happy Meal com tema Pokémon quase não aparecem no Mercari.

Segundo pesquisa da Global Information e da QY Research, o mercado global de cartas colecionáveis em 2023 foi avaliado em 7,081 bilhões de dólares, e 750 bilhões de unidades foram produzidas pela marca Pokémon, liderando o mercado. A incapacidade de prever a popularidade exagerada foi mais uma falha na estratégia.

No entanto, o caso demonstra que é difícil evitar completamente essa prática. A Nintendo, em junho, ao lançar o ‘Nintendo Switch 2’, adotou medidas eficazes através de vendas apenas por sorteios e requisitos para inscrição.

Mesmo no entretenimento, medidas avançam. No evento do grupo ‘Hello! Project’ em Chiba, em março, houve uma iniciativa experimental ligando serviços de emissão de bilhetes eletrônicos e um aplicativo de certificação digital, impedindo entradas de não compradores.

Embora seja complexo aplicar o mesmo custo de prevenção a produtos como o Happy Meal, que é comercializado por cerca de 500 ienes, medidas frouxas podem prejudicar a imagem perante os consumidores e diminuir a lealdade dos clientes.

As críticas cresceram ainda mais quando fotos de hambúrgueres descartados em massa foram amplamente compartilhadas no X (antigo Twitter), contrapondo-se ao compromisso público da McDonald’s em reduzir o desperdício de alimentos ao máximo.

Takahashi sugeriu que “brindes poderiam ser distribuídos apenas após o consumo completo dentro da loja” e identificou potencial de melhoria nos esquemas de atendimento, utilizando aplicativos oficiais e sistemas de pedidos internos.

Em resposta à situação, a empresa anunciou, no dia 15, o lançamento de uma nova edição do Happy Meal com tema Pokémon, reforçando as restrições de venda para três conjuntos por grupo até o dia 17 e, dessa vez, sem incluir as cartas Pokémon como prêmio.

Apesar disso, Takahashi adverte que a combinação de alimentos e brindes de alto valor não é adequada do ponto de vista de desperdício alimentar. “O Happy Meal deve atender especialmente o público infantil e as precauções contra revenda devem ser ainda mais rigorosas”, conclui.

Fonte: Nikkei


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