
Imagem: Nikkei
No dia 15, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio registrou um forte avanço, fechando a manhã a 43.036 pontos, com um acréscimo de 387 ienes (0,91%) em relação ao pregão anterior. Durante a tarde, o índice continuou a subir, ultrapassando brevemente os 700 ienes de valorização.
A onda de interesse de investidores estrangeiros pelo mercado japonês permanece intensa, levando o Nikkei a se aproximar de máximas históricas. Atenção especial no mercado se voltou para os dados do PIB do segundo trimestre de 2025, divulgados às 8h50 pelo Gabinete do Japão.
O crescimento real ajustado sazonalmente foi de 0,3% em relação ao trimestre anterior, e uma taxa anualizada de 1,0%, superando previsões anteriores que indicavam um crescimento trimestral de 0,1% e anual de 0,3%.
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De acordo com um trader de uma corretora estrangeira, “se o Banco do Japão implementar uma ‘alta de juros saudável’ em um ambiente econômico robusto, isso pode promover estabilidade de preços e sustentação do crescimento econômico.”
Os dados positivos do GDP serviram como um impulso para o mercado acionário. Destaque para o Mitsubishi UFJ Financial Group, que viu suas ações atingirem novos máximos após ajuste para desdobramento de ações.
O índice setorial da bolsa mostrou que o setor bancário cresceu 3,14%, liderando as valorizações, já que as expectativas de aumento de juros poderiam beneficiar diretamente os bancos.
Outras grandes companhias, como o SoftBank Group, também atraíram interesse renovado, com o índice TOPIX Core 30, composto pelas maiores ações de valor de mercado, registrando uma alta de 1,53%, superando o índice Nikkei, apontando uma entrada significativa de novos capitais estrangeiros.
O interesse por ações japonesas reflete a melhoria notável da economia japonesa em comparação com outros países, como indica o índice Economic Surprise, que posiciona o Japão em +26,7, superando a média global de +12,0 e os +8,0 dos EUA.
Além disso, aspectos microeconômicos também são avaliados favoravelmente, com o encerramento da temporada de resultados financeiros do segundo trimestre de 2025.
Yasuda Mizuho, estrategista-chefe de ações da SMBC Nikko Securities, comentou que, embora as políticas tarifárias dos EUA fossem motivo de preocupação, não surpreenderam negativamente.
Segundo a Nomura Securities, as estimativas de lucro operacional para empresas-chave, excluindo o setor financeiro, indicam uma queda de 8,6% para 2025, mas um crescimento de 13,0% previsto para 2026.
Yasuda complementa que, “se as previsões para o próximo ano começarem a ser vistas como prioridade, a perspectiva dos investidores tende a melhorar.”
Os investidores de longo prazo, como fundos de pensão e seguradoras, que revisam suas alocações de ativos com cautela, começaram a consolidar seu interesse em ações japonesas.
Este movimento é conduzido pela crescente confiança na economia do país, favorecida pela estratégia de preços das empresas para superar a deflação e pelas reformas de mercado da Bolsa de Valores de Tóquio instaladas há dois anos.
A percepção de uma moeda europeia fortalecida também está pressionando os lucros das empresas da região, levando investidores a preferirem o mercado japonês.
O mercado global de ações está em alta, elevando a atividade dos investidores de curto prazo, como os Commodity Trading Advisors (CTAs), que seguem tendências de mercado.
O índice Global Hedge Fund, calculado pela Hedge Fund Research (HFR), atingiu, em 13 de agosto, seu maior valor desde 2003. Embora as diferenças de estratégia impactem os resultados, os fundos de hedge, como um todo, estão mostrando desempenhos favoráveis, mantendo-se com uma alta capacidade de investimento.
Segundo Tsutomu Saito, estrategista da Societe Generale Securities, o interesse por ações japonesas aumentou entre investidores europeus desde meados de julho após um acordo tarifário entre EUA e Japão. “A posição dos especuladores em estratégias de tendências ainda pode crescer, e o Nikkei pode facilmente alcançar 44.000 pontos a curto prazo”, afirma Saito.
Prevista para a próxima semana, a conferência de Jackson Hole nos EUA, onde o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve comentar sobre políticas financeiras, pode impactar potencialmente a volatilidade do mercado japonês.
No entanto, as bases para um crescimento sustentado do interesse estrangeiro em ações japonesas parecem firmes, e nova máxima histórica para o Nikkei pode estar próxima.
Fonte: Nikkei







