
Além das metrópoles, o Japão revela paisagens exuberantes e trilhas para todos os níveis (imagem ilustrativa/PM)
Montanhas cobertas por névoa, templos escondidos entre árvores centenárias, rios que cortam vales silenciosos.
Para quem gosta de trilhas, o Japão vai muito além das grandes cidades.
O país guarda uma série de percursos que misturam natureza preservada, espiritualidade e história, tudo com infraestrutura segura e sinalização eficiente.
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Nesse sentido, confira alguns destinos da natureza japonesa para se reconectar com o meio ambiente.
Kumano Kodo
Um dos exemplos mais conhecidos é o Kumano Kodo, no sul da ilha principal.
Esta antiga rota de peregrinação liga templos e santuários, em meio à mata densa da península de Kii. O trajeto passa por pequenas vilas, escadarias de pedra e pontes de madeira.
Caminhar por ali não exige apenas preparo físico, é quase como entrar em um outro tempo, em que o silêncio vale mais do que qualquer explicação.
Alpes Japoneses
Na região central do país, os Alpes Japoneses oferecem trilhas de alta montanha, com vista para picos nevados e vales profundos.
O caminho de Kamikochi, em Nagano, é um dos mais populares. Ele acompanha o leito do Rio Azusa e passa por florestas de bétulas, com pontes suspensas que parecem saídas de um cenário de filme.
Apesar da altitude, o percurso tem trechos bem acessíveis, inclusive para quem está começando no trekking.
Quioto
Já em Quioto, o clima é outro.
A cidade, que respira tradição, tem rotas curtas e simbólicas, como a subida ao Monte Kurama, ao norte.
A trilha passa por um templo budista e termina em um mirante com vista para as montanhas da região.
Outra opção conhecida é o caminho de Fushimi Inari, com seus milhares de portais vermelhos. Mesmo sendo mais turístico, vale pela atmosfera única e pela facilidade de acesso.
Yakushima
Mais ao sul, na ilha de Yakushima, a proposta muda.
A floresta da ilha é considerada uma das mais antigas do Japão. Ali fica o Jomon Sugi, um cedro com mais de dois mil anos.
A trilha que leva até ele é longa – ida e volta podem levar até dez horas –, mas o visual compensa. A vegetação é densa, coberta por musgo e névoa.
A cada curva, o cenário parece mais selvagem. Não à toa, o local serviu de inspiração para o filme “A Viagem de Chihiro”, do estúdio Ghibli.
Com trilhas que variam de algumas horas a vários dias, o Japão tem atraído cada vez mais brasileiros interessados em natureza e cultura.
Muitos viajantes têm buscado pacotes de viagem voltados para experiências ao ar livre, que incluem roteiros de caminhada, hospedagens tradicionais e visitas a templos históricos.
Veja as vantagens e algumas dicas:
- A vantagem é que boa parte destas rotas conta com estações de trem próximas, o que facilita a locomoção mesmo sem carro
- Antes de definir o roteiro, vale ficar atento às condições climáticas. Em regiões de montanha, as trilhas ficam abertas por tempo limitado, geralmente entre a primavera e o outono
- Já caminhos como Kumano Kodo e Fushimi Inari podem ser visitados o ano todo, embora a época do outono, com as folhas vermelhas, seja uma das mais procuradas
Fazer trilhas no Japão não significa apenas caminhar. É também experimentar o país de outro jeito, longe dos centros urbanos, mais perto da natureza e de tradições que resistem ao tempo.
Quem se propõe a seguir estes caminhos costuma voltar com histórias que nenhum trem-bala conta.







