
Crianças brasileiras beneficiadas pelas doações de próteses sob medida feitas pelo engenheiro japonês
A menina brasileira Maria Oliveira, de 10 anos, usa pernas protéticas desde a tenra infância. Sofre de deficiência congênita da tíbia, que afeta uma em cada um milhão de pessoas, e teve as duas pernas amputadas aos três anos de idade.
No Brasil, todas as próteses vendidas são importadas. No Japão, elas custam centenas de milhares de ienes, mas podem custar até 10 vezes mais do outro lado do mundo. No Brasil, onde a maioria das famílias ganha menos de 3 mil reais (aproximadamente 80 mil ienes) por mês, poucas pessoas podem comprá-las.
A brasileira Maria não foi exceção. Sua mãe, Fabiana, e outras pessoas herdaram várias próteses de perna usadas para adultos e as reformaram para crianças. No entanto, elas não se encaixavam corretamente nas pernas de Maria. Embora ela pudesse andar, eram pesadas e ela não conseguia correr ou pular.
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“Éramos gratos por Maria ter próteses de perna, mas ela sempre parecia solitária”, diz Fabiana.
Engenheiro japonês oferece pernas protéticas às crianças
Mas no final de janeiro, o mundo mudou drasticamente. Ela ganhou pernas protéticas que se encaixavam perfeitamente.
Foram feitas pelo engenheiro protético japonês Ken Endo, 44, que também é presidente da Xiborg, uma empresa de desenvolvimento de próteses de perna.
Para coincidir com uma exposição de Endo na Japan House, em São Paulo, um par de próteses de perna feita sob medida foi criada especificamente para Maria e levada do Japão.
“Leve”. Essa foi a primeira impressão da menina Maria. Equipada com molas elásticas como as usadas no atletismo, as próteses permitem que ela corra e salte.
Depois que um membro do time de basquete júnior de sua escola teve a perna amputada devido a um osteossarcoma, o engenheiro Endo decidiu fazer as pernas protéticas, tornando-se o trabalho de sua vida.
Além de fabricar próteses de perna para atletas, ele também trabalha para promover próteses de perna em países em desenvolvimento desde 2012, doando dezenas de pares para crianças na Índia, Nepal e outros países.
Mundo da menina se abriu

Maria feliz com o seu presente do engenheiro japonês, pois pode correr e pular
“Toda criança tem o direito de correr e sentir a brisa. Quando vejo uma criança correndo com uma perna protética que se encaixa perfeitamente, fico feliz por ter conseguido, mas, ao mesmo tempo, fico frustrado porque o simples ato de correr não é algo que deva ser considerado garantido”, diz o engenheiro japonês.
As pernas protéticas desenvolvidas pelo engenheiro Endo certamente estão mudando o mundo das crianças. Em São Paulo, ele doou pernas protéticas personalizadas para quatro pessoas, incluindo Maria. Seus movimentos eram um pouco desajeitados no começo, mas todas estamparam grandes sorrisos no rosto enquanto se movimentavam e pulavam.
O sonho de Maria para o futuro é ter um “modelo de pernas protéticas“, algo raro até mesmo no mundo todo.
“Mas, primeiro, quero correr o mais rápido que puder, cortar o vento e pular mais alto do que qualquer outra pessoa”, declarou a menina Maria, feliz.







