
A União Europeia propôs restringir as relações comerciais com Israel e sancionar ministros devido à guerra em Gaza (imagem ilustrativa/PM)
A União Europeia (UE) propôs na quarta-feira (17) restringir os laços comerciais com Israel e sancionar ministros, em sua ação mais forte até o momento em relação à guerra em Gaza.
No entanto, a resistência de estados-membros-chave pode bloquear a adoção das medidas. A executiva do bloco anunciou que tomará medidas imediatas ao congelar €20 milhões (US$23.7 milhões) em apoio bilateral a Israel.
A pressão sobre o bloco de 27 nações tem aumentado devido à devastadora ofensiva de quase dois anos de Israel em Gaza. A chefe da UE, Ursula von der Leyen, declarou que os eventos horríveis em Gaza devem parar imediatamente, pedindo um cessar-fogo imediato, acesso irrestrito a ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas.
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A comissão também pediu o congelamento de ativos e proibição de vistos para os ministros israelenses de extrema direita Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, cujas retóricas “extremistas” são responsabilizadas por alimentar a violência.
Aqueles que apoiam a proposta de von der Leyen, inclusive o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Harris, a consideram um ponto de virada crítico para responsabilizar Israel.
No entanto, a oposição de importantes estados membros, especialmente a Alemanha e a Itália, significa que eles terão dificuldade em obter o apoio necessário de países da UE. Essa relutância já paralisou uma proposta mais branda de reduzir o financiamento para startups de tecnologia israelenses, para a irritação dos países que exigem ação.
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O início da guerra
A guerra foi desencadeada pelo ataque de outubro de 2023 do grupo islâmico palestino Hamas ao sul de Israel, que resultou na morte de 1.219 pessoas, a maioria civis, segundo contagem da AFP de números oficiais.
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O exército israelense estima que haja de 2 mil a 3 mil militantes do Hamas no centro de Gaza, e que cerca de 40% dos residentes tenham fugido.
Fonte: CNA







