
Foto ilustrativa (PM)
Um aumento significativo no número de nascimentos de crianças de pais estrangeiros foi registrado no Japão em 2024, com um total de 22.878, de acordo com novas estatísticas do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar (MHLW).
Este número representa mais de 3% dos nascimentos totais do ano, marcando um recorde histórico.
O número crescente de crianças de pais estrangeiros sinaliza uma mudança demográfica importante, à medida que o Japão enfrenta desafios econômicos e sociais devido ao envelhecimento de sua população. Os idosos representam cerca de 30% dos 125 milhões de cidadãos.
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Por nacionalidade, o maior número de nascimentos foi nacionalidade chinesa, com 4.237, seguida por brasileira, com 1.807, e filipina, com 1.351 crianças.
Tradicionalmente conhecido por suas rigorosas políticas de imigração, o Japão passou a relaxar gradualmente as restrições de visto para suprir a carência de mão de obra em setores críticos como a manufatura e o transporte.
Isso uniu esforços com as necessidades demográficas e o número de residentes estrangeiros no Japão renovou o recorde com 3,9 milhões em junho de 2025.
A questão do aumento das crianças de pais estrangeiros se torna ainda mais complexa com o contexto político vigente.
Enquanto algumas vozes dentro do país clamam por políticas governamentais que promovam melhor integração desses novos cidadãos, outros defendem o endurecimento das regulamentações.
Crianças estrangeiras no Japão e seu futuro
O recente posicionamento da nova líder do Partido Liberal Democrata, Sanae Takaichi, ainda causa incertezas. Ela defende medidas como ‘maior controle sobre a imigração ilegal’ e ‘regulamentação rígida da aquisição de terras por estrangeiros’, sugerindo um possível esfriamento nas políticas de acolhimento.
Especialistas, como Toshihiro Menju, professor visitante da Universidade Internacional de Kansai, destacam a importância de políticas para garantir que as crianças estrangeiras cresçam integradas na sociedade japonesa, falando japonês fluentemente e obtendo condições econômicas e sociais semelhantes às dos cidadãos nativos.
“Se essas políticas não forem implementadas, a sociedade corre o risco de vivenciar divisões ainda mais profundas”, alertou Menju.
Fonte: Newsweek







