Da esq. p/ dir. Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi (Nobel Prize)
Na segunda-feira (6), horário de Estocolmo, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina foi concedido aos pesquisadores Mary E. Brunkow (61), Fred Ramsdell (64) e Shimon Sakaguchi (74) por suas descobertas sobre a tolerância imunológica periférica.
O trabalho deles sobre a tolerância imunológica periférica explica como evitamos doenças autoimunes e já está revolucionando tratamentos para câncer, transplantes e outras condições. Uma descoberta que muda a medicina.
O Comitê do Prêmio Nobel destacou que os pesquisadores “identificaram os guardiões do sistema imune, as células T reguladoras“, que são cruciais para manter o equilíbrio e impedir o ataque a órgãos do próprio corpo.
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As descobertas lançaram as bases para um novo campo de investigação e estimularam o desenvolvimento de novos tratamentos para diversas condições, incluindo:
- Doenças autoimunes
- Cancro (câncer)
- Transplantes (com potencial para procedimentos mais bem-sucedidos).
As descobertas-chave dos pesquisadores
O trabalho começou em 1995, quando o pesquisador japonês Shimon Sakaguchi (Universidade de Osaka, Japão) descobriu um novo tipo de células T, desafiando a ideia de que a tolerância imunológica ocorria apenas no timo (tolerância central).
Em 2001, os cientistas Mary E. Brunkow (Instituto de Biologia de Sistemas, Seattle) e Fred Ramsdell (Sonoma Biotherapeutics, São Francisco) fizeram uma descoberta decisiva ao explicar a origem de certas doenças autoimunes.
Os pesquisadores laureados receberão um diploma, uma medalha de ouro e um cheque no valor de 11 milhões de coroas suecas (cerca de 176,3 milhões de ienes) em uma cerimônia no dia 10 de dezembro. Este é o primeiro dos Prêmios Nobel anunciados este ano.
Pesquisador japonês agradece esposa e teimosia
Shimon Sakaguchi (foto da International Society of Neuroimmunology)
O pesquisador japonês Shimon Sakaguchi, 74, reconheceu ter enfrentado momentos difíceis quando suas teorias não foram aceitas. Na coletiva de imprensa, sorriu e disse: “Minha teimosia me trouxe até hoje”.
“Achei que seria recompensado se esta pesquisa tivesse progredido mais, mas estou surpreso e honrado em receber esta homenagem neste momento”, disse humildemente.
“Minha esposa e eu trabalhamos juntos há muito tempo…”, agradecendo a ela, Noriko, 71, médica que o apoiou incansavelmente.
“Por que o sistema imunológico às vezes ataca a si mesmo?”, para Sakaguchi, essa pergunta foi o ponto de partida. Quando questionado sobre seu lema, ele respondeu “um por um”, na tradução literal, o que significa fazer uma coisa de cada vez.
“Quando você valoriza as coisas que lhe interessam, elas gradualmente tomam forma e, antes que você perceba, você atingiu um nível interessante. Quando isso acontece, qualquer área é interessante”, destacou.
Fontes: Nobel Prize, Yomiuri e Health News
