
Os dois líderes, dos EUA e da Rússia (NHK)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (16), horário de Washington, que irá se encontrar com o líder russo, Vladimir Putin, na Hungria, para tentar resolver a guerra na Ucrânia.
A reunião, a ser realizada em Budapeste em data ainda não definida, foi revelada após uma chamada telefônica de mais de duas horas entre os dois líderes.
Embora o lado russo afirme que o telefonema ocorreu por sua iniciativa, Trump classificou a conversa como “produtiva”, sinalizando que houve “grande progresso” após os encontros anteriores não terem gerado avanços diplomáticos significativos.
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O movimento coloca o foco de Washington de volta no conflito ucraniano, logo após a declaração do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Trump e a tensão dos mísseis Tomahawk
Um dos pontos centrais na conversa, segundo o próprio Trump, foi o pedido de mísseis de longo alcance Tomahawk pela Ucrânia, que está sendo ponderado pela Casa Branca.
Trump planejava usar o fornecimento potencial dessas armas como uma forma de pressionar Putin a encerrar a guerra. No entanto, o Kremlin já alertou que o envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk pelos EUA à Ucrânia prejudicaria qualquer processo de paz e contribuiria para a deterioração das relações bilaterais entre Rússia e Estados Unidos.
A tensão em torno desse fornecimento demonstra o delicado equilíbrio que Trump terá de manter em sua iniciativa diplomática.
Preparativos para a cúpula e encontro com Zelensky
A reunião entre Trump e Putin será precedida por encontros preparatórios entre as delegações. De acordo com o presidente dos EUA, uma missão norte-americana liderada pelo Secretário de Estado Marco Rubio deverá se encontrar com representantes russos.
Uma fonte da Rússia complementou que, antes da cúpula, está prevista uma chamada telefônica entre Rubio e o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, nos próximos dias.
Além disso, o ímpeto diplomático de Trump inclui um encontro crucial na Casa Branca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que deverá ocorrer já nesta sexta-feira.
Promessa de paz no centro da campanha
A busca por um fim para os conflitos na Ucrânia e em Gaza é um ponto fulcral na campanha de reeleição de Trump. Após o cessar-fogo em Gaza, o presidente norte-americano sinalizou que estava pronto para voltar a pressionar Putin a sentar-se à mesa de negociações.
Ao se comprometer a “pôr fim a esta guerra ‘inglória’“, Trump tenta demonstrar capacidade de impor sua vontade na política externa, algo que ele havia sido duramente criticado por não conseguir fazer anteriormente. O anúncio da reunião em Budapeste é a sua jogada mais ousada para cumprir essa promessa de campanha.
A invasão do Exército da Rússia na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, portanto, são mais de 3 anos de guerra.
Fontes: TASS, NHK, Euronews e X







