
Final do evento climático (© Rafa Neddermeyer/COP30)
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) terminou no sábado (22), horário de Brasília, em Belém (PA), com um dia de atraso, com a Presidência brasileira indicando avanços na agenda de adaptação, novas ferramentas internacionais de implementação climática e os caminhos para o debate sobre o fim da dependência de combustíveis fósseis.
O acordo não incluiu o foco central da conferência, a transição dos combustíveis fósseis.
O embaixador Corrêa do Lago lembrou que a conferência começou com forte pressão negociadora e autonomia ampliada aos codiretores. Ele lembrou que o pacote de adaptação, um dos mais complexos da COP, iniciou com mais de 100 indicadores, mas foi concluído com 59.
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A secretária-executiva Ana Toni reforçou que a COP30 conseguiu “consensos em um tema tão difícil” e avançou para uma agenda de implementação concreta, sem que nenhum país desistisse da agenda que envolve o Acordo de Paris.
O acordo pediu a “aceleração das ações” para alcançar a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e incluiu a triplicação do financiamento para adaptação às mudanças climáticas até 2035.
Mais de 80 países, incluindo a União Europeia, concordaram com a transição dos combustíveis fósseis ou com um roteiro para isso, mas os países produtores de petróleo e outros se opuseram. As discussões continuaram durante a prorrogação da conferência, mas nenhum consenso foi alcançado e a proposta não foi especificada.
A ministra Marina Silva considera que países ricos já possuem suas trajetórias para a saída dos combustíveis fósseis, mas países pobres, em desenvolvimento ou dependentes do petróleo não têm. Por isso, considerou crucial criar condições para que “esses países construam suas bases após mais de 30 anos esperando respostas sobre como sair da dependência do uso de combustíveis fósseis.”
COP30: problemas, manifestações e incêndio
Houve protestos de indígenas na Zona Azul, nesta sexta-feira (21). Eles protestaram pela demarcação de terras, a favor dos guarani kaiowá e contra mineração promovida por empresas do Canadá, em diversos países do continente americano, inclusive o Brasil.
Na sexta-feira (21) uma manifestação de indígenas ocorreu no momento da retomada das negociações na COP30, após o incêndio que atingiu parte dos pavilhões dos países. Dias antes, manifestantes invadiram o pavilhão da Zona Azul, onde os representantes dos países faziam reuniões e também um espaço reservado para os jornalistas do Brasil e do mundo.
Além disso, desde o início da COP30, as delegações dos países e jornalistas que cobriam o evento climático, tiveram que enfrentar situações difíceis como ar-condicionado que não funcionou, alimentos caros ou escassos, falta de água nos banheiros, entre outras.
Fontes: JNN e Agência Brasil







