Participantes (Wikimedia)
Sem a presença dos presidentes norte-americano Donald Trump, chinês Xi Jinping e do russo Vladimir Putin (os últimos dois enviaram representantes), foi realizada a cúpula do Grupo dos Vinte (G20), em Joanesburgo, capital da África do Sul.
Trump não participou da cúpula, alegando “violações dos direitos humanos”.
A Declaração dos Líderes mencionou a importância de alcançar as metas do Acordo de Paris, uma estrutura internacional para combater o aquecimento global, da qual os Estados Unidos anunciaram sua retirada. Afirmou também que os Estados Unidos “apoiam” os esforços para triplicar a capacidade mundial de geração de energia renovável. Dado o claro enfoque do governo Trump nos combustíveis fósseis, isso provavelmente foi inaceitável.
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O vice-secretário de imprensa da Casa Branca, John Kerry, criticou no sábado (22) a África do Sul, país anfitrião da Cúpula do G20, que teve início no mesmo dia, por prosseguir com a publicação da Declaração dos Líderes, citando “oposição consistente e forte dos Estados Unidos”.
O grupo ressaltou a necessidade de reforçar a coordenação multilateral para enfrentar riscos econômicos globais e defendeu reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento (BMDs) para ampliar a capacidade de empréstimo e dar mais voz aos países em desenvolvimento. A transparência da dívida também foi um tema chave, com um pedido por maior divulgação por parte de todos os credores, incluindo os privados.
Takaichi satisfeita com as reuniões no G20
Primeira-ministra do Japão na cúpula (PM)
Sanae Takaichi falou sobre as reuniões bilaterais com o Reino Unido, a Alemanha e a Índia, onde “concordamos em trabalhar em estreita colaboração nas áreas de cooperação em segurança e segurança econômica, visando a concretização de um ‘Indo-Pacífico Livre e Aberto’”, declarou.
“Ademais, participei da Reunião de Líderes sobre o Processo de Paz na Ucrânia. Discutimos a recente proposta dos EUA. Confirmamos que trabalharemos em estreita colaboração com a Ucrânia e os Estados Unidos“, disse Takaichi.
“Além dos líderes da Coreia do Sul, Egito, França e outros países, também me reuni com representantes de diversas organizações internacionais, incluindo o Diretor-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Presidente do Banco Mundial. Com mais de 60 países e organizações internacionais, incluindo as do Sul Global, pude me encontrar pessoalmente com muitos líderes e discutir muitos assuntos, inclusive em breves conversas, o que tornou esta visita muito significativa”, relatou a primeira-ministra.
“Não fizemos nenhum acordo prévio com a China. Não tive a oportunidade de conversar com o primeiro-ministro Li Qiang nesta cúpula do G20. De qualquer forma, minha política de promover de forma abrangente uma relação estratégica mutuamente benéfica com a China e de construir uma relação construtiva e estável tem sido consistente desde que me tornei primeiro-ministro. Com base nisso, acredito que é precisamente porque existem preocupações e questões entre o Japão e a China que devemos reduzi-las e aumentar o entendimento e a cooperação.”
Lula no G20 alfineta Trump
Lula no G20 (© Ricardo Stuckert/PR)
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta, no domingo, sobre a necessidade de se discutir a soberania dos países sobre o conhecimento e o valor agregado dos minerais críticos. Temas que também estiveram presentes nas discussões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), encerrada no sábado (22), em Belém (PA).
Lula afirmou ainda que quer conversar mais com o presidente Trump sobre as movimentações militares dos Estados Unidos no Mar do Caribe, na costa da Venezuela. Ele comparou a situação à guerra da Rússia na Ucrânia, em que há um impasse para o seu fim. “É importante que a gente tente encontrar uma solução antes de começar”, disse.
O que é G20
Wikimedia
O G20 (Grupo dos Vinte) é o principal fórum de cooperação econômica internacional, reunindo as maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo. O seu principal objetivo é promover a estabilidade econômica e financeira global, além de discutir temas cruciais para o desenvolvimento socioeconômico mundial.
O G20 é um fórum informal e sem secretariado permanente, cujo presidente muda a cada ano. É formado por 19 países e dois órgãos regionais, a União Europeia e a União Africana. Os membros do G20 respondem por grande parte do PIB, cerca de 75%, e do comércio mundial, além de representarem uma parcela significativa da população global.
O G20 é composto por 19 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos; e dois organismos regionais: a União Europeia e a União Africana, a partir de 2023.
Fontes: Agência Brasil, Sankei e Mainichi
