
Assédio em Quioto: taiwanesa busca justiça, mas encontra descaso policial (ilustrativa/banco de imagens)
Uma mulher de Taiwan, que foi assediada sexualmente por um homem na rua, no Japão, ficou chocada quando a polícia disse que não poderia ajudá-la.
A mulher relatou online, no dia 5 de novembro, que um japonês tocou em suas nádegas em uma rua da cidade de Quioto (província homônima) na noite de 18 de outubro.
Ela caminhava quando um grupo de jovens japoneses se aproximou dela. Um homem do grupo, de repente, a abordou.
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Ela se moveu para evitá-lo, mas ele a perseguiu e deu um tapa com força em suas nádegas antes de fugir rindo.
A fuga do agressor e a resposta da polícia
A mulher, chocada e irritada, correu atrás de seu agressor e o chutou na barriga, perguntando por que ele a havia tocado.
Os amigos dele o desculparam, dizendo que ele estava “brincando”, e forçaram a cabeça dele para baixo em um gesto de reverência para se desculpar com ela.
A mulher o filmou enquanto ele era forçado a se curvar e postou o vídeo online. Ela também pediu que ele ficasse e esperasse a chegada da polícia, mas o homem fugiu em um táxi.
Preocupações legais e a ocorrência de “chikan”
A vítima então foi à delegacia para denunciar o homem, mas ao mostrar a filmagem, a polícia disse: “Ele pediu desculpas. O que mais você quer dele?”.
Eles também disseram que ela deveria ter esperado pela polícia no local e que não poderiam rastrear o homem agora que ele havia partido.
Quando ela perguntou se poderia postar o vídeo online para verificar a identidade do homem, a polícia lhe disse que, ao fazer isso, ela poderia estar cometendo crime de difamação.
Sentimento de injustiça e dados de assédio
A mulher disse que era o terceiro ano que ela estudava em Quioto e que era a primeira vez que havia sido assediada por um estranho em público.
Ela disse que queria postar o vídeo nas redes sociais japonesas, mas tinha medo de ser processada. A mulher também pediu à polícia que verificasse as imagens de vigilância, mas os oficiais não fizeram nada.
A taiwanesa disse que a atitude da polícia a fez sentir que estava errada. Muitas pessoas online a consolaram e encorajaram. “Você foi corajosa em revidar. Foi a polícia, que não levou o assédio sexual a sério, quem estava errada”.
A lei contra assédio no Japão
Foi revelado em um estudo do Gabinete em 2024 que mais de 10 por cento das jovens no Japão sofreram assédio sexual em trens e outros espaços públicos.
Esse comportamento chamado “chikan”, que significa apalpar em japonês, é punível pelas leis de prevenção de incômodos em nível de província.
Em Tóquio, os autores de tal comportamento podem enfrentar seis meses de detenção ou uma multa de até ¥500 mil (US$3,2 mil).
Fonte: SCMP







