
Porta-voz do ministério chinês (NNN)
Em resposta a uma pergunta da mídia estatal sobre o Dia Internacional dos Direitos Humanos, durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira (10), um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China criticou o Japão por “violar os direitos dos povos indígenas, incluindo os Ainu e Ryukyu“.
Um repórter da agência de notícias estatal chinesa Xinhua perguntou quais medidas a China tomaria para promover a cooperação internacional em direitos humanos, tendo em vista o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado nessa data.
O porta-voz enfatizou as conquistas do país, afirmando: “A China está amplamente engajada em intercâmbios e diálogos sobre direitos humanos com diversos países e desempenhando um papel construtivo”.
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Mas também alegou, referindo-se especificamente ao Japão, que “continua a violar os direitos dos povos indígenas, incluindo os Ainu e Ryukyu, e implementa políticas discriminatórias contra estrangeiros“.
“Certos países se recusam a se arrepender de pecados históricos, como a guerra biológica, as mulheres de conforto e o massacre de civis, cometidos nas guerras”, aludindo ao Massacre de Nanquim e outros crimes de guerra cometidos pelo Japão.
Um evento nacional em memória das vítimas do Massacre de Nanquim está marcado para 13 deste mês, e o tom crítico ao Japão pode se intensificar ainda mais.
Ainu: indígenas do Japão
Os Ainu são o povo indígena do norte do Japão, principalmente de Hokkaido, com uma cultura rica centrada na natureza, crenças espirituais (Kamuy), línguas próprias, música, dança e artesanato, que enfrentaram colonização e assimilação.
Mas, hoje, buscam reviver sua cultura através de centros como o Upopoy. Eles são os habitantes originais do Japão, com uma história que antecede a dos atuais japoneses, desenvolvendo uma relação profunda com os elementos naturais e animais, que veneram como deuses.
Ryukyu: outro povo indígena
Já o povo Ryukyu (ou Okinawano) é um grupo das Ilhas Ryukyu (Okinawa e outras), com uma cultura única forjada por influências do Japão, China e Sudeste Asiático. Destacou-se com o reino independente, o antigo Ryukyu, um próspero centro de comércio e marítimo, florescendo como um entreposto comercial entre os séculos XV e XIX.
Eles possuem línguas próprias, as quais estão ameaçadas de extinção, costumes distintos e são reconhecidos pela ONU como um povo indígena, mantendo uma identidade forte, mesmo após a anexação ao Japão no século XIX e a administração americana pós-guerra.
Em 1879, o Reino de Ryukyu foi anexado pelo Império Japonês, tornando-se a província de Okinawa, o que gerou movimentos de independência.
Fonte: NNN







