
Declaração pró-nuclear abala governo japonês (imagem ilustrativa/PM)
Uma fonte do gabinete do primeiro-ministro do Japão disse na quinta-feira (18) que o país precisa de armas nucleares, declarações que se desviam dos princípios antinucleares de longa data do país e podem desencadear uma reação negativa interna e externa.
“Acho que deveríamos possuir armas nucleares”, disse a fonte, que está envolvida na elaboração da política de segurança sob o governo liderado pela primeira-ministra Sanae Takaichi, enquanto também indicava que tal medida é irrealista.
As declarações surgem no momento em que Takaichi, conhecida por suas visões de segurança “linha-dura”, está considerando revisar os princípios antinucleares do Japão, há muito tempo mantidos dado o status do país como a única nação a ter sofrido bombardeios atômicos.
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Desafios de implementação e soberania
Durante as conversas com os repórteres, a fonte foi questionada sobre a ideia de possuir armas nucleares.
Reconhecendo a necessidade das armas destrutivas, a fonte disse: “No final, só podemos confiar em nós mesmos”.
A pessoa, no entanto, também disse: “Não é algo que possa ser feito rapidamente, como ir a uma loja de conveniência para comprar algo”.
O legado dos três princípios não nucleares
Fontes do governo disseram anteriormente que Takaichi, que também chefia o governista Partido Liberal Democrático (PLD), está considerando revisar os Três Princípios Não Nucleares, que proíbem a posse, produção ou permissão da introdução de armas nucleares.
Os Três Princípios Não Nucleares foram declarados pela primeira vez na Dieta pelo então primeiro-ministro japonês Eisaku Sato em 1967 e passaram a ser vistos como um credo nacional. Sato ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1974 pela declaração e suas contribuições para a paz.
A busca por alterar sua política nuclear básica permanece controversa no Japão, com muitos na população valorizando a Constituição pacifista do pós-guerra.
Isso também vai contra os esforços do governo para buscar um mundo sem armas nucleares, um desejo ardente dos sobreviventes idosos da bomba atômica no Japão.
Contradições estratégicas e histórico político
Ao mesmo tempo, no entanto, o Japão tem dependido da dissuasão nuclear dos EUA para proteção, o que alguns críticos dizem já contradizer os princípios antinucleares.
A fonte do gabinete do primeiro-ministro negou ter tido uma discussão com Takaichi sobre a revisão dos princípios antinucleares.
Em 1999, o então vice-ministro parlamentar da Defesa, Shingo Nishimura, membro do agora extinto Partido Liberal, foi demitido após ser criticado por sugerir que o Japão considerasse armar-se com armas nucleares.
Fonte: MN







