Navio de perfuração japonês fornecido para perfuração científica do IODP3 (©JAMSTEC/IODP3)
A Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Marinha-Terrestre (JAMSTEC) anunciou, na terça-feira (23), uma iniciativa histórica: em janeiro e fevereiro do próximo ano, o Japão realizará os primeiros testes mundiais de extração de lama com alta concentração de terras raras em águas profundas.
O projeto terá como foco o leito marinho ao redor de Minamitorishima (Vila de Ogasawara, Tóquio), dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) japonesa.
Atualmente, o país depende quase inteiramente de importações chinesas para obter esses minerais, que são vitais para a fabricação de smartphones, equipamentos médicos e tecnologias de ponta.
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Lama com terras raras: operação a 6 mil metros de profundidade
O protagonista da missão será o navio de perfuração Chikyu, que partirá do Porto de Shimizu em 11 de janeiro. A operação consiste em baixar uma máquina especializada a 6 mil metros de profundidade para coletar a “lama de terras raras”.
“Estamos conduzindo pesquisas e desenvolvimento desde 2018. Finalmente, o Chikyu, o orgulhoso navio de perfuração em águas profundas do Japão, entrará em ação”, afirmou o diretor do programa, Shoichi Ishii.
Caso os testes iniciais sejam bem-sucedidos, a JAMSTEC planeja iniciar a mineração em escala real já em fevereiro de 2027. O sucesso da missão é visto como um passo crucial para a segurança econômica do Japão, reduzindo a vulnerabilidade externa em setores estratégicos.
O que são terras raras
Imagem ilustrativa (IA)
Minerais de terras raras (ETRs) são um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a tecnologia moderna, como lantânio, cério, neodímio, disprósio, escândio e ítrio, encontrados em minerais como monazita e bastnaesita, e cruciais para ímãs superpotentes, baterias, telas de LED, turbinas eólicas e equipamentos militares, apesar de não serem raros, mas difíceis de extrair economicamente em concentrações viáveis, com a China dominando o mercado global.
Fontes: JAMSTEC e JNN
