
Quando foi preso, em 2022, logo após o atentado (arquivo da NNN)
No julgamento por júri popular do réu japonês Tetsuya Yamagami, 45, acusado de atirar e matar o ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, a promotoria apresentou suas alegações finais no Tribunal Distrital de Nara, na quinta-feira (18), pedindo prisão perpétua para ele.
Em suas alegações finais, a promotoria afirmou: “Não negamos que o réu teve uma criação infeliz, mas ele viveu como um membro da sociedade capaz de distinguir o certo do errado. A criação da vítima não tem relação com a origem dele. Isso não altera o escopo geral da sentença”.
Ressaltou também que, em relação à arma artesanal usada pelo réu no crime, “ele tinha consciência do poder letal. É evidente que ele tinha uma forte intenção de matar, e este é um caso mais grave do que qualquer outro na história”.
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Shinzo Abe (Wikimedia)
Além disso, no que diz respeito ao ataque contra Abe em um comício, a acusação declarou: “O réu nunca apresentou uma explicação satisfatória para a mudança do alvo, de um membro sênior para Abe como vítima, e é preciso reconhecer que houve um salto lógico nas razões para a escolha do alvo”.
“O crime foi míope e egoísta, com um flagrante desrespeito pela vida humana. Não há qualquer indício de que líderes religiosos de segunda geração sejam propensos a cometer crimes hediondos”, salientou e reiterou a prisão perpétua para o réu.
O julgamento prosseguirá agora para a argumentação oral da defesa, seguida da declaração final do réu Yamagami.
O veredicto será proferido em 21 de janeiro de 2026.
Réu tinha ódio da seita
O réu Tetsuya Yamagami é acusado de atirar contra o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe com uma arma de cano improvisada enquanto este discursava em um comício na cidade de Nara, em julho de 2022. Abe foi levado ao hospital, onde morreu.
Na primeira sessão do julgamento, em 28 de outubro, Yamagami declarou: “Tudo é verdade”. Depois da morte de seu pai, a mãe doou toda a herança para a seita sul-coreana Igreja da Unificação, e ele e seu irmão passaram fome. O irmão não resistiu e cometeu suicídio. Ele guardava ódio contra essa seita e pensava que o ex-primeiro-ministro fosse um dos integrantes.
Fontes: NNN e FNN







