Em meio a tantas notícias sobre o ex-executivo da Nissan e Renault Carlos Ghosn, 65, fica difícil distinguir o que são verdadeiras das especulações. Uma delas é em relação ao seu trajeto desde que saiu do prédio onde residia em Tóquio até chegar ao KIX-Aeroporto Internacional de Kansai, em Osaka.
Segundo informações do Departamento de Polícia Metropolitana ele deixou o apartamento por volta das 14h30 de 29, ação confirmada pelas imagens das câmeras de segurança.
Shinkansen, táxi e hotel: ninguém percebeu?
A reportagem da NNN levantou que saiu a pé e obteve a informação de que por volta das 16h30 tomou shinkansen na estação de Shinagawa, em Tóquio, com destino a Osaka (província homônima). O jornal Mainichi informou que logo depois que saiu do prédio foram encontradas imagens dele se juntando a dois homens estrangeiros, ainda em Minato-ku, em um hotel.
Por volta das 19h30 teria tomado um táxi na estação Shin Osaka e se deslocou até um hotel próximo ao KIX. De lá, partiu de jato particular contratado para o Líbano, de madrugada.
Equipe planejou a fuga com 3 meses de antecedência
Segundo informação do Wall Street Journal, de domingo (5), a equipe – de 10 a 15 pessoas – que planejou e o ajudou a fugir do Japão se preparou com bastante antecedência. Teria visitado o Japão pelo menos 20 vezes para descobrir as falhas nos mais de 10 aeroportos visitados, que pudessem facilitar a fuga. O KIX é um que não tem pessoal especializado para verificação detalhada dos passageiros que saem com jato particular.
Outro detalhe levantado é que o equipamento de raio-X não comporta grandes volumes. Por isso, a equipe usou uma caixa de instrumento musical, onde Ghosn se escondeu, pois não dava para passar por esse procedimento. Essa caixa foi encontrada no aeroporto da Turquia e tinha perfurações para que ele pudesse respirar.
Segundo o jornal norte-americano foram gastos centenas de milhares de dólares.
Ghosn entra para lista dos procurados da Interpol
Após os noticiários internacionais anunciarem a fuga para Beirute, no Líbano, o governo japonês acionou a Interpol até 2 deste mês. A Organização Internacional de Polícia Criminal-ICPO emitiu um mandado de detenção (Red Notice) para o governo do Líbano, o que não era suficiente para prendê-lo.
Mas a ANN soube através de fontes do governo japonês que no sábado (4) a Interpol distribuiu aos seus países membros a ordem de prisão do réu Ghosn. Portanto, entrou para a lista dos procurados internacionalmente. Com isso o Japão poderá requerer sua prisão e também a extradição, embora o Líbano não tenha tratado com o país nipônico. E tem outro detalhe: o governo libanês não está disposto a prendê-lo muito menos a entregá-lo para o Japão.
Já que Ghosn pretende realizar uma coletiva de imprensa na quarta-feira (8) resta esperar para que elucide os fatos.
Fontes: Mainichi, NNN, FNN e ANN