Um nigeriano morreu em um centro de detenção da imigração nesta semana após fazer greve de fome, disse um funcionário na quinta-feira (27).
Essa foi a 15ª morte desde 2006 em um sistema amplamente criticado em relação a padrões médicos, monitoramento de detidos e como os guardas respondem a uma emergência médica.
O homem, na faixa dos 40 anos, morreu na segunda-feira (24) na cidade de Nagasaki (província homônima) após perder a consciência e ter sido levado ao hospital, disse um funcionário do centro de detenção que não quis ser identificado.
O RINK, um grupo que dá suporte a detidos no centro, disse ao Reuters que o nigeriano fez greve de fome para protestar contra sua longa detenção, que já durava três anos.
Outros 27 estrangeiros estão fazendo greve de fome em um centro de detenção na cidade de Ushiku (Ibaraki), disse outro grupo que dá suporte aos detidos nessa instalação.
Alguns deles estão sem comer há quase 50 dias, disse Kimiko Tanaka, porta-voz do grupo.
Segundo ela, um iraniano de 23 anos que buscou asilo há mais de dois anos perdeu peso e está usando cadeira de rodas.
Outros dois homens em Ushiku estão detidos há cinco anos, disse ela.
“A realidade da longa detenção nada mais é que violação de direitos humanos”, disse Tanaka.
Um funcionário da agência nacional de imigração confirmou que há detidos em greve de fome no centro Ushiku, mas ele não soube dizer quantos. Autoridades estão fornecendo cuidados médicos e tentando fazê-los comer, enfatizou.
Desde junho de 2018 o Japão mantém 1.500 detidos, de acordo com os dados públicos recentes, cerca da metade deles há mais de seis meses.
Aproximadamente 604 estavam em busca de asilo cujas solicitações foram rejeitadas, enquanto o restante está detido por várias infrações imigratórias como expiração de visto.
Fonte: Asahi