Você já se viu dizendo: “Eu tirei tudo dele e ele continua se recusando a fazer o que deveria! Por que as consequências não estão funcionando?”
Então você provavelmente está pensando que há uma correlação direta entre uma consequência imposta por um pai ou mãe e uma mudança de comportamento na criança.
Seria bom se houvesse uma solução milagrosa que resolveria o problema. Mas usar consequência é mais uma arte do que uma ciência.
Se seu filho for resistente a uma consequência, é possível que você tenha respondido ao comportamento dele com a crença de que precisava fazer alguma coisa COM ele em vez de fazer algo JUNTO com ele.
A diferença entre “impor” consequências e “com” consequências
Fazer PARA as crianças coloca os pais em uma mentalidade de “nós contra eles” e convida a disputas de poder.
Fazer JUNTO nos ajuda a mudar para a colaboração, que é uma habilidade muito importante que as crianças precisam praticar.
O programa Disciplina Positiva incentiva os pais a se concentrarem mais em acordos e combinados do que em regras, assim que as crianças tiverem idade suficiente para terem uma discussão focada em soluções (em um nível muito simples, provavelmente entre as idades de 4 e 5 anos).
Uma conversa focada em soluções pode começar com algo como “Eu entendo que você quer_____. Também é importante que você _________. Como podemos fazer isso funcionar?”
Gaste alguns minutos fazendo um brainstorm de possibilidades, elimine os que não funcionam para os dois lados e escolha um que seja fácil de seguir.
Depois de ter o acordo, discuta o que acontecerá se não for seguido. Você sabe, as consequências.
O que você está fazendo neste momento é colaborando para estabelecer a consequência junto com seu filho, em vez de impor uma aleatória. Quando ele souber de antemão o que acontecerá se ele não seguir o acordo, estará ao seu alcance fazer uma escolha.
Criar o acordo sobre consequência é o primeiro passo
Criar o acordo e a consequência juntos é frequentemente suficiente para envolver a cooperação da criança, porque ela teve voz no processo.
Lembretes podem ser necessários. Eu gosto de estabelecer, como parte do acordo, quando eu terei “direitos de importunar”. Se alguma coisa deveria ser completada até as 15h de sábado, meu direito de importunar começa às 13h. Pode parecer irônico, mas eles me dão permissão para lembrar dentro de um prazo razoável, e levar em consideração o fato de que meu filho pode precisar de um pouco de ajuda para sair da procrastinação a tempo de evitar a consequência.
Será que vai funcionar magicamente na primeira vez?
Haverá lágrimas? Olhos revirando? Acusações de “isso não é justo!”? Provavelmente.
Mas se tivermos a calma e dissermos que manter acordos é importante porque é o núcleo da integridade, não é preciso dizer mais nada.
Também é possível oferecer a eles a chance de alterar o acordo DEPOIS de o terem cumprido. Mas tente, pelo menos uma vez, antes de voltar à discussão de solução de problemas. Resista a tentativas de argumentar, recursando-se a participar de uma conversa sobre o tópico até que tenha sido cumprido o acordo.
A maioria dos comportamentos desafiadores que as crianças nos apresentam podem ser resolvida com acordos e não com regras. Isso inclui rotinas matinal, de sono, tarefas domésticas, uso de tecnologia e horário de voltar para casa.
Conversas focadas em soluções não precisam ser longas para serem eficazes, especialmente quando as temos com frequência suficiente para que elas se tornem parte de nossa cultura familiar. E uma vez que eles são “exatamente o que fazemos”, você ficará surpreso com o quanto você e seu filho se engajarão em trabalho de equipe, em vez de conflitos.