Toda criança nasce essencialmente boa

Toda criança nasce essencialmente boa, toda criança é carinhosa por natureza, toda criança quer aprender e cooperar. 

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As crianças são por natureza boas, carinhosas, cooperativas e estão dispostas a aprender.

E se toda a criança nasce boa, o que as transformam em pessoas perversas e capazes de cometer crimes como esse da escola em Suzano?

Eu poderia dar várias respostas ou nenhuma.  Eu posso passar horas escrevendo, mas não vou.

Hoje eu quero escrever sobre a importância de olharmos nossos filhos. Olhá-los nos olhos, conhecê-los. Saber o que eles gostam, o que eles fazem, qual a sua cor favorita…

Hoje eu quero que você reflita sobre quanto tempo você passa com seu filho. Não me refiro a estarem no mesmo espaço físico, mas juntos mesmo sabe? Conversando, olho no olho.

Hoje eu quero que você responda para si, quem é o melhor amigo do seu filho? Qual a matéria que ele mais gosta? O que ele está jogando atualmente?

Será que seu filho enfrenta problemas na escola? Será que ele enfrenta algum problema social ou de aprendizagem? Aliás, o que seu filho está aprendendo na escola, você saberia responder isso agora?

Qual a cor preferida do seu filho? Seu doce favorito? O que ele pensa sobre morar no Japão, sobre a escola que ele estuda? Ele sente falta do Brasil?

O que o seu filho quer ser quando crescer? Qual sua brincadeira favorita? Aliás, você brinca com seu filho?

Toda criança nasce essencialmente boa, toda criança é carinhosa por natureza, toda criança quer aprender e cooperar.  Toda criança também precisa se sentir aceita e importante.

O que faz uma criança mudar?

A criança muda quando se sente abandonada, quando se sente perdida, quando se sente sozinha. A criança muda quando os pais não a olham, quando os pais as dão responsabilidade demais ou de menos.

A criança muda quando sente que não tem mais jeito, que não é ouvida, que ela perdeu.

E apesar de eu querer encontrar uma explicação racional para o que aconteceu, hoje eu quero apenas dizer que:

A vida é como um sopro.
Ame seu filho hoje.
Abrace o seu filho hoje.
Se doe a ele hoje.

Hoje eu quero apenas que você mãe e que você pai, abrace seus filhos.
Abrace com todo o seu amor.
Abrace por todos os pais que perderam o seu filho nessa tragédia.
Mas abrace principalmente porque seu filho é o que mais importa na sua vida.
E abrace-o para que ele saiba disso.

Que essa tragédia possa dar uma ressignificância à parentalidade.
Que possamos aprender sobre nossas crianças para assim compreendê-las.
Que possamos nos conscientizar da importância da orientação e da regulação emocional das crianças.

E agora, só posso desejar profundamente que A Paz de Deus acalente o coração desses pais que perderam seus filhos.

Autora: Julia Palma

Os textos publicados nesta página não refletem necessariamente a opinião do Portal Mie, são de criação e responsabilidade do autor Juliana Palma

Juliana Palma é mãe, Pedagoga e Neuroeducadora, Educadora Parental e Especialista em Disciplina Positiva para pais, professores, casais e empresas. Gosta de viajar fazendo palestras, workshops e ministrando treinamentos em Educação e Relacionamentos positivos.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Juliana, toque nos links: Facebook, Instagram, YouTube.

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Como disciplinar seus filhos com consequências efetivas

Publicado em 18 de março de 2019, em Juliana Palma

Usar consequência é mais uma arte do que uma ciência.

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Você já se viu dizendo: “Eu tirei tudo dele e ele continua se recusando a fazer o que deveria! Por que as consequências não estão funcionando?”

Então você provavelmente está pensando que há uma correlação direta entre uma consequência imposta por um pai ou mãe e uma mudança de comportamento na criança.

Seria bom se houvesse uma solução milagrosa que resolveria o problema. Mas usar consequência é mais uma arte do que uma ciência.

Se seu filho for resistente a uma consequência, é possível que você tenha respondido ao comportamento dele com a crença de que precisava fazer alguma coisa COM ele em vez de fazer algo JUNTO com ele.

A diferença entre “impor” consequências e “com” consequências

Fazer PARA as crianças coloca os pais em uma mentalidade de “nós contra eles” e convida a disputas de poder.

Fazer JUNTO nos ajuda a mudar para a colaboração, que é uma habilidade muito importante que as crianças precisam praticar.

O programa Disciplina Positiva incentiva os pais a se concentrarem mais em acordos e combinados do que em regras, assim que as crianças tiverem idade suficiente para terem uma discussão focada em soluções (em um nível muito simples, provavelmente entre as idades de 4 e 5 anos).

Uma conversa focada em soluções pode começar com algo como “Eu entendo que você quer_____. Também é importante que você _________. Como podemos fazer isso funcionar?”

Gaste alguns minutos fazendo um brainstorm de possibilidades, elimine os que não funcionam para os dois lados e escolha um que seja fácil de seguir.

Depois de ter o acordo, discuta o que acontecerá se não for seguido. Você sabe, as consequências.

O que você está fazendo neste momento é colaborando para estabelecer a consequência junto com seu filho, em vez de impor uma aleatória. Quando ele souber de antemão o que acontecerá se ele não seguir o acordo, estará ao seu alcance fazer uma escolha.

Criar o acordo sobre consequência é o primeiro passo

Criar o acordo e a consequência juntos é frequentemente suficiente para envolver a cooperação da criança, porque ela teve voz no processo.

Lembretes podem ser necessários. Eu gosto de estabelecer, como parte do acordo, quando eu terei “direitos de importunar”. Se alguma coisa deveria ser completada até as 15h de sábado, meu direito de importunar começa às 13h. Pode parecer irônico, mas eles me dão permissão para lembrar dentro de um prazo razoável, e levar em consideração o fato de que meu filho pode precisar de um pouco de ajuda para sair da procrastinação a tempo de evitar a consequência.

Será que vai funcionar magicamente na primeira vez?

Haverá lágrimas? Olhos revirando? Acusações de “isso não é justo!”? Provavelmente.

Mas se tivermos a calma e dissermos que manter acordos é importante porque é o núcleo da integridade, não é preciso dizer mais nada.

Também é possível oferecer a eles a chance de alterar o acordo DEPOIS de o terem cumprido. Mas tente, pelo menos uma vez, antes de voltar à discussão de solução de problemas. Resista a tentativas de argumentar, recursando-se a participar de uma conversa sobre o tópico até que tenha sido cumprido o acordo.

A maioria dos comportamentos desafiadores que as crianças nos apresentam podem ser resolvida com acordos e não com regras. Isso inclui rotinas matinal, de sono, tarefas domésticas, uso de tecnologia e horário de voltar para casa.

Conversas focadas em soluções não precisam ser longas para serem eficazes, especialmente quando as temos com frequência suficiente para que elas se tornem parte de nossa cultura familiar. E uma vez que eles são “exatamente o que fazemos”, você ficará surpreso com o quanto você e seu filho se engajarão em trabalho de equipe, em vez de conflitos.

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