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Mariana MoritaO Consulado Geral do Brasil em Hamamatsu, o Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil e a HICE, apresentaram o Primeiro Seminário Trabalhista em Hamamatsu voltado a trabalhadores brasileiros no Japão, com o objetivo de expor a realidade do mercado de trabalho no Japão e no Brasil.
Estiveram presentes o representante da Província de Shizuoka, o Vice-Governador Sr. Seiji Moriyama, Cônsul Geral do Brasil em Hamamatsu, José Antonio Gomes Piras, o diretor executivo da HICE, o Sr. Kazuhiko Morata, o Diretor da Hello Work, o senhor Katsumi Aiso, o representante do Ministério de Trabalho e Emprego do Brasil e o presidente do CNIg/MTE e o representante do Ministério do Trabalho do Japão, Sr. Paulo Sergio de Almeida.
O Sr. Paulo Sergio de Almeida falou sobre o “Espaço do Trabalhador Brasileiro” que é um setor do trabalhador no Consulado Geral do Brasil em Hamamatsu, tendo com objetivo de fornecer informações e trabalho legal para todos os cidadãos brasileiros que vivem no Japão, seja sobre o mercado de trabalho no Brasil ou no Japão, e também informou sobre a política de migração.
A palestrante Vanessa Handa (ETB), explicou em detalhes sobre o Espaço do Trabalhador Brasileiro (ETB), que vem a ser um projeto realizado em conjunto pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil (MTE) , que fornece orientações aos cidadãos brasileiros para uma melhor utilização dos serviços oferecidos pelos órgãos brasileiros e japoneses, divulgando informações sobre cursos de formação e treinamento profissional disponível em ambos os países. O orgão também oferece serviço de assessoria jurídica gratuita, entre outros. Nathalia Uemura (ETB) e a representante do MTE, a Sra. Sinara Ferreira também falaram nessa palestra.
O Diretor do Hello Work, Sr. Katsumi Aiso relatou sobre “Exigências atuais do mercado de trabalho japonês”, devido à baixa oferta de trabalho no setor industrial e por melhores condições de trabalho, mais indicando também que os estrangeiros devem aprender a ler e escrever hiragana, katana e kanji, para melhorar suas opções em busca de trabalho pois atualmente estas habilidades são requisitos necessários. Ele aconselhou procurar centros, instituições ou cursos técnicos que oferecem as diversas entidades.
O Professor da Universidade de Tsukuba, Sr. Edson Urano falou sobre “Os trabalhadores brasileiros no Japão”: Inserção de brasileiros no mercado de trabalho japonês, as estratégias e as mudanças, também sobre crise econômica de 2008 e o terremoto de 2011. O professor também falou sobre perspectivas para o futuro. Ele disse que os imigrantes latinos diminuíram no Japão, e há um nível baixo de salários. Também há aumento de impostos e a inflação induzida que pode chegar a uma recessão no futuro, e aconselhou estar preparado para esta possibilidade, indicando que as pessoas devem ter uma estratégia mais flexível contra flutuações do mercado japonês. Aconselhou a investir na qualificação (preparação), e que para o futuro dos jovens e crianças esta é uma questão fundamental.
Há casos em que os jovens que entram nas universidades, mas são casos isolados que não mostram uma tendência geral, mas que as pessoas devem mudar esse padrão e acreditar que existe o caminho e que é possível lutar por ele. Também ele aconselhou a colocar as crianças nas escolas japonesas, pois pode proporcionar um futuro mais provisor para as crianças brasileiras, com a existência de processo de demanda de mão-de-obra qualificada no Japão e no Brasil.
O seminário terminou com uma apresentação feita pelo Dr. Massato Ninomiya, presidente do CIATE sobre “Readaptação dos brasileiros ao mercado de Trabalho no Brasil”, explicando que os motivos para o retorno seria a aposentadoria, educação dos filhos, saúde (não permite o trabalho pesado) e familiares (cuidar de idosos).
Sobre as expectativas dos trabalhadores brasileiros para retornar ao Brasil, há dois tipos de pessoas: os jovens que tem uma escolaridade média e crianças (incluindo os nascidos no Japão). Todos têm uma coisa em comum: eles não têm experiência e não conhecem o mercado de trabalho no Brasil, portanto, não tem expectativas e estão dispostos a aceitar qualquer trabalho para ganhar experiência.
Sobre as dificuldades de readaptação mencionou que a maior de todas é a insegurança devido à violência, a perda da identidade sentindo-se estranhos como “E.Ts.”, a dificuldade de raciocínio, por causa dos trabalhos repetitivos, as idas e vindas (Brasil-Japão), acabam perdendo as raízes, trabalho, amigos e acabam voltando ao Japão.
Em quanto às dificuldades de recolocação no mercado de trabalho brasileiro acrescentou que, em comparação com a década de 90, o Brasil está melhor, há um grande movimento de empresas multinacionais japonesas que investem no Brasil e muitas delas contratam pessoas fluentes no idioma japonês e Inglês , e por isto aconselhou a fazer pelo menos o planejamento futuro diante da possibilidade de conseguir um emprego.
O Cônsul Geral do Brasil em Hamamatsu, José Antonio Gomes Piras disse que o seminário foi uma grande contribuição de informações valiosas para a comunidade brasileira, e teve a participação de palestrantes de alto nível, com a presença de 160 pessoas, e que espera para os próximos seminários contar com maior divulgação e audiência.
Texto e fotos: Mariana Morita – Portal Mie