SOS Mamães no Japão: conheça a história de sucesso e sua fundadora

O SOS Mamães no Japão é um grupo no Facebook com 15 mil mulheres. Conheça a história do grupo de sucesso e da sua fundadora.

Lilian Mishima, a fundadora do grupo SOS Mamães no Japão, no 1o. encontro em dezembro do ano passado

Há quase 4 anos o grupo SOS Mamães no Japão foi criado intuitivamente pela brasileira Lilian Mishima. Na ocasião tudo o que a Lilian queria era criar posts para compartilhar suas experiências com outras mães e socorrer quem precisasse. Dos primeiros posts que ela mesma criava, com a intenção de ajudar mamães, logo transformou-se em um espaço indispensável para as mulheres da comunidade. Mas, ela não imaginava que o grupo crescesse tanto.

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“Eu adoro até hoje criar posts, interagir com elas”, confessa Lilian que gostaria de ter mais tempo para fazer isso. E quem é a mamãe Lilian Mishima, a idealizadora e dona desse grupo que hoje possui mais de 15 mil inscritas?

A história da fundadora do SOS Mamães

Ela é uma brasileira que desembarcou no país onde não tem ancestralidade. Chegou com 13 anos, estudou em escola japonesa e, mesmo totalmente ocidental, fala japonês. Amada e alvo de críticas, Lilian é uma pessoa tão transparente quanto as águas de um riacho na nascente. Sua principal característica é a alegria. Mesmo nos momentos de tensão, ela procura ver a situação por um ângulo onde encontre graça para sorrir.

Casada há quase 17 anos, Lilian e Eduardo tem uma história de cumplicidade e parceria. Se não fosse assim, não conseguiriam manter a harmonia familiar com os 5 filhos do casal. A família reside em Komaki (Aichi), as crianças frequentam escola japonesa, Eduardo trabalha e Lilian fazia arubaito. O começo do mês de março deste ano tem uma importância especial. Além de seu aniversário, sua filha acabou de se formar no chugakko (ginásio no Japão) e tem o evento do Dia Internacional da Mulher. Tudo junto, misturado e bem saboreado.

Jovem, cheia de vitalidade, com espírito solidário o tempo todo, tem no seu smartphone a figura de outro companheiro inseparável. A todo momento a jovem mãe confere os toques avisando sobre um novo post ou uma mensagem inbox.

“As pessoas me perguntam em que momento me desligo do grupo. Quando estou com minha família fico totalmente offline”, explica. A dona do grupo é a típica pessoa ligada em 220 e multitarefas. Consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo.

A fim de encontrar as soluções para esses problemas não há obstáculos, fronteiras ou freio para ela. Há quem contrabalance o dia a dia eletrizante da Lilian: mãe e o marido. “Ouço muito a minha mãe sim”, exclama. São eles que dão os pitacos para que ela não mergulhe de cabeça nos problemas que surgem a todo momento no grupo.

capa do grupo SOS Mamães no Japão

Tudo junto e misturado no SOS Mamães

“Rola muito barraco no grupo sim. Por outro lado, o que mais me importa são as ajudas mútuas e a solidariedade espontânea das mamães do grupo”, revela. Se no começo do grupo Lilian preparava e postava coisas que interessavam às outras mães, hoje ela não dá conta de fazer isso sozinha. Conta com uma legião de mulheres dedicadas como ela. Elas são chamadas de “adeemes”, as moderadoras do grupo.

Da mesma forma que as mamães compartilham locais para lazer, dicas de comida ou de assuntos domésticos, há o lado negro dos bisbilhoteiros do tipo pedófilos, perfis fake de homens se passando por mamãe, fofocas e barracos. Assim, Lilian e as adeemes gerenciam as situações, abafam casos, correm atrás de ajuda para alguma mãe em apuros e, sobretudo, “ouvem” os lamentos de histórias como violência doméstica, abuso sexual, traição, etc. Depois, todas juntas traçam planos de ação para ajudar as mulheres. 

“Aprendi a ser mais tolerante, a ouvir e reconhecer os valores das outras pessoas e, principalmente, tenho gratidão no coração sempre”, exclama a dona do grupo.

Adeemes e terror no SOS Mamães

Lilian e as adeemes do grupo, por quem nutre gratidão

“As adeemes são importantíssimas! Sem elas não tenho como gerenciar um grupo nessa escala. Afinal já somos mais de 15 mil”, exclama. Assim, ela e as adeemes experientes têm faro para descobrir rapidamente um perfil fake, um pedófilo, para desvendar um mistério e gerenciar conflitos.

No lugar dos conflitos do “mimimi”, agora na onda do suspense, toda sexta-feira é noite do terror. “No SOS terror as mães desabafam os casos de fantasmas e outros fenômenos que elas vivenciaram. Daí tem mãe que nem consegue dormir”, explica Lilian rindo.

Gratidão é a palavra-chave

“O que me move é a gratidão. Todos os dias e em todos os momentos”, pontua Lilian. Ela tem gratidão pelos filhos, pela família, pelas adeemes, pelas mulheres com quem interage, pelas pessoas que se oferecem para ajudar, por todos que se engajam em campanhas junto com ela e por tudo na vida.

“No grupo, devo tudo às adeemes. Com elas compartilhamos conhecimento e experiência. Nos enriquecemos todos os dias. O que nos move é o amor pelo ser humano, pois ninguém aqui ganha (financeiramente falando) nada”, explica com carinho.

No entanto, quando precisam de dinheiro para alguma campanha, para bancar as cestas básicas mensais de famílias em dificuldade, ele surge. Seja através de vaquinhas ou de doações. “Tem pessoas maravilhosas que doam e não querem se revelar. São os nossos anjos”, revela Lilian.

SOS Mamães do virtual para o físico

Nasceram e cresceram no mundo virtual, dentro do Facebook. Brigam, choram, pedem socorro ou se divertem como se fosse em um mundo físico, pois se tocam de coração para coração.

No ano passado, Lilian e as adeemes organizaram a primeira festa de confraternização onde todas puderam se ver em carne e osso. As mamães do grupo levaram seus filhos e maridos para conhecerem pessoalmente as pessoas com quem interagem virtualmente.

O segundo encontro marcado para comemorar o Dia Internacional da Mulher acontece no Night Café neste domingo (5). “Queremos ir de encontro com essas mulheres lindas, guerreiras, cheias de histórias emocionantes. Vamos fazer mais isso, e vem muita novidade em breve”, conta Lilian, criando um clima de suspense.

Clique para ver as fotos da Confraternização do S.O.S. Mamães

 

Fotos: Leonardo Saito/Portal Mie

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Medidas de empresas no Japão para reduzir horas extras ainda estão lentas

Publicado em 5 de março de 2017, em Sociedade

Pesquisa mostra que as empresas estão cautelosas em modificar as regras em relação ao zangyo. Veja mais.

Somente 1 em 4 empresas disse que planeja introduzir um limite nas horas extras, mostrou uma recente pesquisa (imagem ilustrativa)

Medidas realizadas pelas principais corporações do Japão para reduzir as horas extras ainda estão lentas, com somente 1 em 4 empresas dizendo que planejam introduzir um limite, mostrou uma recente pesquisa da Kyodo News.

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Na pesquisa de funcionário e planos de contratação de 104 empresas, 98 disseram que têm acordos de gestão de trabalho os quais permitem aos empregados trabalharem além dos limites máximos que elas estabeleceram.

Longas horas de trabalho têm chamado atenção prolongada no Japão após o suicídio de uma funcionária da Dentsu Inc no final de 2015 e uma consequente medida repressiva por parte do departamento do trabalho sobre a grande empresa de propaganda ocorreram como um lembrete renovado do caráter notório de trabalho em excesso, assim como sobre o encolhimento da população em idade ativa.

Dessas 98 empresas, 40 disseram que seus limites mensais de horas extras são estabelecidos acima de 80 horas, um nível conhecido por ser a causa de graves consequências na saúde. Cerca de 12 empresas permitiram horas extras de 100 horas ou mais por mês, com a mais longa sendo de 135 horas, de acordo com a pesquisa conduzida entre fevereiro e meados de março.

Empresas estão cautelosas sobre modificar as regras em relação a horas extras

Cerca de 24 empresas disseram que vão reduzir o limite, enquanto 20 indicaram que não têm planos de rever o limite de horas de trabalho, sugerindo que uma boa parte das firmas entrevistadas estão cautelosas sobre modificar as regras em relação a horas extras antes do governo finalizar a reforma da lei trabalhista para mudar a cultura enraizada do país de longas jornadas de trabalho.

Das empresas entrevistadas, incluindo grandes corporações como a Sony Corp, a Takeda Pharmaceutical Co, a Toyota Motor Co, a Mitsubishi UFJ Funancial Group Inc e outras, 99 disseram que estão realizando medidas para reduzir as horas de trabalho de seus funcionários, embora 31 indicaram que a reforma trabalhista do governo poderia afetar negativamente seus negócios.

Um estudo do governo mostrou que a população em idade de trabalho entre 15 e 24 anos do país poderá cair para 4.85 milhões em 2030.

Fonte: Japan Today
Imagem: Bank Image

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