Um bagre (ou peixe-gato) que reina no topo da cadeia alimentar no maior lago do Japão acumulou níveis de mercúrio que são o dobro do padrão de segurança estabelecido pelo governo para consumo, segundo cientistas.
Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Fukuoka (FIT) e da Universidade da Província de Shiga relataram suas descobertas em relação ao peixe no Lago Biwa, em Shiga, na conferência da União de Geociência do Japão realizada em Chiba entre os dias 20 e 25 de maio.
O padrão provisório para mercúrio do Ministério da Saúde, que pode causar sérias complicações na saúde, é de 0.4 miligramas por quilo, tanto para frutos do mar como para peixe de água doce.
A investigação realizada pela equipe no lago Biwa entre 2011 e 2016 descobriu que a concentração de mercúrio na água e no ar ambiente era similar a outras partes do Japão.
Os níveis de mercúrio nos menores peixes do lago estavam abaixo da média, com o “ayu” (peixe-doce) a 0.03mg/kg.
Já os níveis de mercúrio em peixes maiores, como o “Nihon namazu” (silurus asotus) e o “iwatoko namazu” (silurus asotus), que se alimentam de peixes menores, foram de 0.42mg/kg, um pouco acima do padrão de segurança.
Contudo, os níveis de mercúrio do superpredador “Biwako onamazu” (silurus biwaensis), um bagre nativo do Lago Biwa que pode crescer mais que 1 metro de comprimento, foram de 0.86mg/kg, cerca de 30 vezes mais em comparação ao pequeno peixe ayu.
“Confirmamos que uma alta concentração de mercúrio se acumulou nos corpos de peixes carnívoros através do processo de concentração biológica”, disse Osamu Nagafuchi, um professor visitante de ciência do meio ambiente no FIT e membro da equipe de pesquisa.
O Biwako onamazu é raramente consumido porque sua textura é desagradável, entretanto, o iwatoko namazu é conhecido pela sua carne saborosa.
Fonte: Asahi Imagem: Wikimedia