Por que há diferença para identificar a geração do nikkei no Brasil e no Japão?

Como saber se o nikkei é nisei, sansei ou yonsei? E por que o visto para yonsei poderá levar mais tempo para ser processado. Confira.

Dos imigrantes japoneses às gerações dos nikkeis brasileiros que chegam à yonsei (Wikipedia)

Com a publicação de uma matéria sobre as condições para o visto do yonsei, pelo jornal Nikkei, do Brasil, um leitor encaminhou uma solicitação para a redação. Tratava-se de como contar a geração, segundo a publicação desta quinta-feira (17). Assim, o jornal consultou o Consulado-Geral do Japão em São Paulo para conferir o assunto.

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A matéria explica que no Brasil, em geral, quanto maior o número de gerações, há uma tendência de ver que a família tradicional se enraizou nas terras brasileiras. Por isso, a geração é estendida. Um exemplo típico é: pai issei e mãe nisei , o filho é considerado sansei. Por isso, acaba tendo uma diferença de contagem entre os dois países.

Contagem diferente do nikkei no Japão

No entanto, para a obtenção do visto, incluindo o de yonsei, o caminho para a contagem da geração é diferente. O governo japonês sempre vai considerar a geração mais próxima.

Para compreender isso, é preciso saber como são avaliadas as gerações.

  • Issei (一世) é da primeira geração, ou nativo, ou aquele filho (de pais japoneses) que teve seu registro efetuado no Consulado japonês, ou aquele que obteve a nacionalidade japonesa   
  • Nisei (二世) é quem nasceu e foi registrado no Brasil, como filho de japoneses
  • Sansei (三世) é o descendente de terceira geração ou filho de nisei
  • Yonsei (四世) é o descendente de quarta geração ou filho de sansei

Quando o pai ou a mãe é issei e seu cônjuge nisei, o filho dessa união é considerado nisei. Quando um dos pais é japonês, nascido no Brasil e registrado no consulado, o filho é considerado nisei também, sob os olhos do governo japonês.

Partindo desse princípio, para a solicitação do visto de permanência no Japão, o candidato escolhe a geração mais próxima da japonesa. Assim, providencia as documentações baseadas nessa premissa. Se o pai é nisei e a mãe sansei, providencia-se os documentos por parte do pai. No caso de ser o contrário, pai sansei e mãe nisei, os documentos são relacionados à família da progenitora.

No caso da certidão de registro de nascimento do Brasil, constam os nomes dos avós. Ou seja, de 3 gerações, o que facilita a compreensão na hora de solicitar o visto.

Mais trabalho para o visto de yonsei

Já no caso do yonsei, como não há registro dos bisavós na sua certidão, é preciso apresentar a certidão de nascimento dos pais. Na certidão de um dos pais deve constar o nome de seus avós japoneses (ou um deles japonês), que seriam os bisavós do interessado, o que deve ser o mesmo com o do registro de família (koseki ou 戸籍 em japonês).  

Por isso, estima-se que para solicitação do visto de yonsei, aumentará o número de documentos, o que levará mais tempo para processá-los no consulado.

Já no caso de um dos pais ser nisei e a outra parte não descendente, o filho é sansei. Nesse caso, a forma de contagem da geração é igual nos dois países.

Fonte: Nikkey Shimbun 
Foto ilustrativa: Wikipedia

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Violência contra a criança: pior aumento de todos os tempos no Japão

Publicado em 17 de agosto de 2017, em Sociedade

O aumento dos casos de violência contra a criança ultrapassa a casa dos 120 mil e preocupa o governo.

Violência contra a criança foi o pior resultado até hoje no Japão (Luke Air Force)

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar divulgou nesta quinta-feira (17), o resultado dos dados colhidos pelos 210 Centros de Orientação da Criança (Jido Soudansho) do país. Os dados são do ano passado e revelam que houve aumento de 18,7% dos casos de violência contra a criança, desde 2015, quando esse número ultrapassou a casa dos 100 mil. O Centro de Orientação da Criança do Japão é uma entidade parecida com o Conselho Tutelar do Brasil.

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Violência contra a criança: mais de 120 mil casos

O total de ocorrências foi de 122.578, o maior e pior resultado de todos os tempos. As estatísticas tiveram início em 1990 e pelo 26o. ano consecutivo, os números de violência aumentaram. Acredita-se que a sociedade está mais consciente desse tipo de crime. Além disso, supõe-se que a instalação de um único número para denúncia ou consulta – 189 – desde julho de 2015 tenha colaborado para que os casos viessem à tona.  

Em consequência da violência física e agressões, 52 crianças perderam a vida no ano passado. Nesses números não se incluem os casos de suicídio duplo forçado (murishinju).

Gráfico mostra o aumento dos casos de violência contra o menor desde 1990 (Chunichi)

Violência contra a criança: denuncie antes que seja tarde

Mais de 50% dos casos de violência são de abuso psicológico, totalizando 63.187, com aumento de quase 15 mil em relação ao ano anterior. Outros tipos de violência como agressão física, onde os pais ou responsáveis chutam, batem e ferem chegaram a 31.927 e negligência ao menor, como não alimentá-lo, não cuidar e abandono dentro do lar somam 25.842 casos. Igualmente preocupante para o governo é o aumento dos casos de abuso sexual1.622 constatações.

As províncias com população maior também são as que apresentaram mais casos de violência contra o menor:

  1. Osaka, com 17.743
  2. Tóquio registrou 12.494
  3. Kanagawa teve 12.194

Em 10 anos os números triplicaram. “Como a sociedade está mais consciente da gravidade, a vizinhança tem feito denúncias o que aumenta o número de casos a serem atendidos. Pode haver aumento da carga de trabalho para os funcionários, mas tomar conhecimento o quanto antes dos lares com abuso é a forma mais rápida de evitar danos graves”, declarou o ministério.

Todo tipo de agressão física, psicológica ou sexual contra o menor deve ser comunicado/denunciado pelo número de telefone 189.

Fontes: NHK, Asahi e Chunichi
Imagens: Chunichi e Luke Air Force

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