Uma estudante de 18 anos do terceiro ano do Colégio Estadual Kaifuukan, localizado em Habikino (Osaka), abriu um processo no Tribunal de Osaka contra a província e pediu cerca de 2,2 milhões de ienes em indenização. A estudante, cujo nome não foi divulgado, explicou que sofreu danos morais por conta da escola, que a forçava a pintar de preto seu cabelo naturalmente castanho.
Segundo a apelação, ela ingressou na escola em abril de 2015. A mãe dela havia explicado previamente à escola sobre o cabelo da estudante, contudo, no primeiro dia de aula, os responsáveis disseram à aluna que ela não poderia frequentar a instituição por causa da cor de seu cabelo. A mãe tentou argumentar sobre o assunto, mas a instituição dizia que era uma regra escolar.
A estudante pintou o seu cabelo, mas sempre era orientada pelos professores quando a tinta começava a ficar fraca. Em setembro de 2016, os responsáveis disseram que seu cabelo não estava preto o suficiente e a proibiram de frequentar a escola.
“Você deixa seu cabelo castanho porque você mora apenas com sua mãe”, diziam os professores, que agrediam verbalmente a jovem. Segundo a apelação, ela apresentou alergias após ter tingido o cabelo. Em um caso extremo, a estudante desmaiou na escola e foi transportada ao hospital de ambulância. Além disso, os professores vetavam sua participação em atividades escolares como festivais culturais (bunkasai) e viagens escolares.
Desde setembro do ano passado, não frequentou a escola nenhum dia. Em abril deste ano, o nome dela foi excluído do registro. Para explicar para os outros alunos e responsáveis o “sumiço” da estudante, a escola contou que ela havia sido expulsa. Os responsáveis explicaram para o advogado da aluna que “mesmo um aluno estrangeiro naturalmente loiro teria que tingir seu cabelo de preto pelo regulamento”.
“Tingir meu cabelo de preto prejudicou meu couro cabeludo, meus cabelos e minha saúde. Minhas características físicas foram negadas e sofri danos morais”, afirma a estudante.
A estudante apelou à justiça porque “os colégios têm a obrigação de construir um ambiente saudável para educar os alunos”.
O Departamento de Educação da Província de Osaka disse que não poderia realizar comentários sobre o assunto. A escola também não se pronunciou para as mídias.
Fonte: Asahi Shimbun e Mainichi Shimbun