A polícia britânica prendeu Julian Assange após o Equador ter suspendido a condição de asilo.
A prisão foi feita na embaixada equatoriana em Londres, onde o fundador do Wikileaks estava refugiado desde 2012.
Assange foi carregado para fora da embaixada pelas autoridades e levado sob custódia a uma delegacia central de Londres. Ele agora será apresentado no Tribunal de Magistrados de Westminster.
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— Barnaby Nerberka (@barnabynerberka) April 11, 2019
O futuro de Assange na embaixada foi questionado no ano passado após o presidente do Equador dizer que ele “eventualmente” teria que deixar a propriedade e revelou que estava em discussões com autoridades britânicas para dar um fim em seu asilo.
Assange recebeu uma nova série de normas internas em outubro, incluindo ordens para cuidar de seu gato e evitar interferência política usando a rede wi-fi da embaixada. Essas regras seguiram a designação de Kristinn Hrafnsson por Assange para substituí-lo como editor do Wikileaks, após sua anterior falta de acesso à internet.
O Wikileaks ganhou fama em 2010 quando publicou uma coleção de documentos confidenciais dos EUA vazados por Chelsea Manning, ex-analista da inteligência do exército que compartilhou segredos militares e diplomáticos.
O fundador do Wikileaks teve asilo concedido pela primeira vez em 2012 a fim de evitar extradição para a Suécia por alegações de agressão sexual. Desde então, ele vem sendo acusado de auxiliar a interferência russa na eleição presidencial dos EUA em 2016 ao publicar mais de 19 mil emails roubados da campanha de Clinton e do Comitê Nacional Democrático. No ano passado, 12 oficiais da inteligência russa foram acusados pelo crime, um dos quais estava em contato com o fundador do Wikileaks.
Em novembro passado soube-se que Assange estava sendo acusado da publicação de documentos confidenciais do Departamento de Justiça dos EUA após um aparente erro de “copiar e colar” em um caso não relacionado.
Em um vídeo postado no Twitter, o presidente do Equador Lenín Moreno disse que enquanto o país respeita o direito de asilo, “o comportamento indelicado e agressivo de Julian Assange, as declarações hostis e ameaçadoras de sua organização aliada, contra o Equador, e principalmente, a transgressão de tratados internacionais” significam que “o asilo de Assange é insustentável e não mais viável”.
Em janeiro de 2019, o Wikileaks divulgou uma coleção de documentos confidenciais do Vaticano e Moreno disse que a atividade de Assange nessa época sugere que ele ainda está envolvido no Wikileaks.
Juntamente com essa alegada interferência nos assuntos de outros estados, Moreno também disse que Assange bloqueou câmeras de segurança, maltratou guardas, e até acessou arquivos de segurança da embaixada sem permissão. Moreno disse que o governo britânico confirmou por escrito que Assange não será extraditado para um país que usa tortura ou pena de morte.
Fonte: The Verge