Covid-19: estudos em Israel e Holanda afirmam progresso em ensaios com anticorpos

Cientistas apreciam ‘passo inicial’ rumo ao desenvolvimento de anticorpo para tratar ou prevenir coronavírus.

Cientista manipulando tubos em laboratório (ilustrativa/PM)

Estudos separados em Israel e na Holanda afirmam ter criado anticorpos que podem bloquear a infecção por coronavírus, um futuro tratamento em potencial promovido como divisor de águas até que uma vacina se torne disponível.

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Uma equipe de cientistas liderada por holandeses disse que conseguiu deter infecção em cenário de  laboratório. Ao mesmo tempo, o ministro da defesa israelense anunciou que um centro de pesquisa estatal havia desenvolvido um anticorpo que ele afirmou que poderia “neutralizar (o coronavírus) dentro dos corpos do portador”. Entretanto, o The Guardian entendeu que o anticorpo ainda não foi testado em humanos.

Ambos os esforços, que estão em seus estágios iniciais, esperam eventualmente tratar ou prevenir o desenvolvimento da doença respiratória Covid-19 causada pelo novo coronavírus e deter a propagação da pandemia.

“Tal anticorpo neutralizante tem o potencial de alterar o curso de infecção no portador infectado, dar suporte à remoção do vírus ou proteger um indivíduo não infectado que é exposto ao vírus”, disse Berend-Jan Bosch da Universidade Utrecht na Holanda.

A pesquisa, publicada no jornal Nature Communications na segunda-feira (4), observou anticorpos desenvolvidos para combater o surto de SARS entre 2002 e 2004, também causado por um tipo de coronavírus. Ela diz que identificou um anticorpo que também foi eficaz contra o atual vírus, oficialmente chamado de SARS-CoV-2.

Cientistas na Universidade de Utrecht, o Centro Médico Erasmus e a companhia biofarmacêutica global Harbour BioMed (HBM), o descreveram como um “passo inicial rumo ao desenvolvimento de um anticorpo plenamente humano para tratar ou prevenir” a Covid-19.

“Essa é uma pesquisa inovadora”, disse Jingsong Wang, CEO da HBM, mas acrescentou: “Muito mais trabalho é necessário para avaliar se esse anticorpo pode proteger ou reduzir a gravidade da doença em humanos”.

O estudo foi recebido com otimismo cauteloso por vários especialistas.

Jane Osbourn, chefe da BioIndustry Association do Reino Unido (BIA) que recebeu uma OBE no ano passado por sua pesquisa de anticorpos, disse que o estudo “poderia ser uma parte valiosa do arsenal futuro de opções para desenvolvimento”.

James Gill, professor clínico honorário na Escola Médica de Warwick, disse que isso revelou “uma potencial descoberta divisora de águas em relação à Covid-19”. Entretanto, ele alertou que ainda era muito cedo para declarar vitória.

“Simplesmente porque encontramos um anticorpo que neutraliza um vírus em grupo de células em uma placa de Petri de laboratório não significa que podemos esperar as mesmas respostas em pacientes, nem esperar ver uma mudança positiva na condição clínica de um paciente”, disse ele. Mas isso certamente é uma descoberta muito promissora, vindo de uma abordagem científica robusta e deveria ser vista como razão para otimismo”.

Em Israel, o ministro da defesa, Naftali Bennet, afirmou que pesquisadores haviam feito um “avanço significante”.

O Instituto de Israel de Pesquisa Biológica (IIBR) havia criado anticorpos que poderiam vencer o coronavírus dentro de corpos humanos, disse ele em uma declaração.

Pesquisadores já estavam agindo para patentear os anticorpos, e o IIBR estava buscando produzi-lo em massa, disse a declaração.

O ministério da defesa posteriormente disse em uma declaração separada que cientistas disseram que o IIBR acreditava que o processo normal de testes e aprovações regulatórias poderiam ser reduzidos para “vários meses”.

Tanto estudos em Israel como na Holanda usam anticorpos monoclonais, que são proteínas criadas em laboratório que lembram anticorpos que ocorrem naturalmente os quais formam o sistema imunológico. Os anticorpos funcionam ao se combinarem com o vírus, identificando-o para ser destruído.

Cerca de outros 100 grupos de pesquisa em todo o mundo estão buscando vacinas, as quais ofereceriam imunidade contra a infecção.

Fonte: The Guardian

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Aumento do número de crianças com menos de 10 anos infectadas pelo novo coronavírus

Publicado em 6 de maio de 2020, em Sociedade

O número de crianças com menos de 10 anos infectadas pelo novo coronavírus chega a 242, indicando o aumento da contaminação dentro de casa.

Em abril, o número de crianças infectadas aumentou drasticamente

Segundo o levantamento do jornal Yomiuri publicado nesta segunda-feira (4), há 242 crianças com menos de 10 anos infectadas pelo novo coronavírus.

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A província com maior número de casos é Tóquio, com 63. Destacam-se também as províncias de Osaka e Aichi, com 22 e 15 casos respectivamente, e metrópoles por todo o Japão.

Os primeiros casos de contaminação foram confirmados em 21 de fevereiro. Nessa ocasião, um estudante do shogakko (ensino fundamental) residente em Nakafurano, em Hokkaido, e uma criança na pré-escola que voltou de Wuhan, na China, para Saitama em voo fretado pelo governo foram os primeiros casos. Em março, foram confirmados menos de 30 casos.

Contudo, em abril o número aumentou drasticamente. No dia 25, foram confirmados mais de 200 casos.

Contaminação na escola

Embora a maioria dos casos ocorreu por contaminação através dos pais, há muitas ocorrências de surtos em escolas.

Em uma escola primária (shogakko) de Toyama, entre os dias 15 e 25 de abril, foram confirmadas 5 crianças e 1 professor infectados. A escola estava em recesso, mas no dia 6 ocorreu a cerimônia de início das aulas e, entre os dias 8 e 10, as crianças frequentaram a escola para ter aulas e receber os materiais escolares.

Segundo a cidade de Toyama, as crianças estavam utilizando máscaras e as carteiras foram posicionadas em uma distância segura. As autoridades alegam que há uma grande possibilidade de contaminação fora da escola, principalmente entre os estudantes e seus familiares.

Quando crianças devem se consultar

Segundo a Associação Pediátrica do Japão, as crianças infectadas apresentam febre e tosse seca e, em alguns casos, foram confirmados sintomas de diarreia e vômito.

Atualmente, o critério para fazer uma consulta médica é apresentar “febre com mais de 37,5°C por mais de 4 dias”. Contudo, os sintomas podem ser confundidos com uma gripe comum, então visitar uma instituição médica pode aumentar o risco de contaminação. “É recomendável consultar com uma instituição médica em casos de suspeita de pneumonia”, aconselhou a associação.

Os especialistas aconselham a reabilitação em casa ou em hotéis mesmo se a criança tiver os sintomas. “O risco de agravamento em crianças não é alto. Os pais devem ter calma para não preocupar as crianças e manter a saúde mental e física”, disse o professor Hiroyuki Moriuchi da Universidade de Nagasaki.

“É aconselhável ligar para o médico caso realmente os sintomas sejam graves”, completa.

Fonte: Yomiuri Shimbum

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